"O que contamina o
homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina
o homem" (Mt 15:11).
A Bíblia, a palavra de Deus que é a única regra de fé e
pratica do cristão nos diz que, todo aquele que com a boca confessa a Jesus
como seu Salvador, e com o coração crê para a salvação, é feito nova criatura,
passando por uma transformação total em seu ser.
Há uma transformação na mente, e as coisas antigas dão lugar
a coisas novas. Afinal, vinho novo não pode ser colocado em odres velhos, muito
menos remendo de pano novo em veste velha (Mc 2:21-22). É aqui que entra o
assunto em epigrafe. Como tem sido o meu linguajar? Como tem sido o seu
linguajar? Como tem sido o nosso linguajar? Todos sabemos que hábitos ruins e modos
de conversação não cabem mais em uma nova vida, em alguém que se diz “nova
criatura em Cristo”.
Significa dizer que também há mudança no nosso falar. Alguém
que nasceu de Deus não pode estar ainda preso à uma linguagem que antes cultivava
e sim ser um canal no qual Deus manifesta a Sua Graça aos que ainda não foram
alcançados.
Às vezes nosso modo de expressar é uma manifestação de nosso
temperamento natural, de quando ainda não éramos salvos. Não deveria ser assim nossa conduta
como Servos do Altíssimo. Pessoas de pavio curto são as que mais se metem em
encrenca por abrirem a boca quando não deveriam.
Embora já crentes no Senhor Jesus e habitados pelo Espírito
Santo, ainda está presente em nós o “pavio curto” que é a natureza velha que
precisamos fazer morrer a todo instante. Mas não podemos pensar que o poder de
controlar nossa boca venha de nós mesmos. Precisamos a todo tempo depender do
Senhor, e estar em comunhão com ele, para que "sejam agradáveis as palavras da nossa boca e a meditação do nosso
coração" (Sl 19:14).
"Põe, ó Senhor,
uma guarda à minha boca; guarda a porta dos meus lábios", diz o salmista
no capítulo 141:3
reconhecendo sua fraqueza neste sentido.
Nossas palavras são o resultado de nossa vida de comunhão com
Deus. Se o que mais alimenta a minha alma e ocupa o meu coração são coisas que
dizem respeito ao Reino Eterno, então será isso o que minha boca produzirá.
Agora se o que mais alimenta a minha alma e ocupa o centro do meu ser, são
coisas mundanas, chocarrices, palavras, ações e imagens torpes então será isso
que produzirá os meus lábios. Por isso precisamos atentar sempre para os
ensinos que o Senhor nos traz por meio de sua palavra. Salomão em toda sua sabedoria disse: "O que guarda a sua boca e a sua
língua guarda a sua alma das angústias" (Pv 2:23), e o apostolo Tiago
acrescenta: "se alguém entre vós
cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a
religião desse é vã." (Tg 1:26).
Quero agora deixar por um pouco de tempo “as palavras
reprováveis” que porventura venhamos a utilizar em nossa comunicação, para
dizer que Deus espera dos que lhe são fieis, que transmitamos sempre em nosso
linguajar algo que vá agregar aos nossos ouvintes coisas saudáveis e
edificantes. Observe a exortação de Paulo: "A
vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como
vos convém responder a cada um" (Cl 4:6). O apóstolo também aconselhou
Timóteo a ser "o exemplo dos fiéis,
na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza" (1 Tm 4:12).
Você logo identifica como está a comunhão de alguém com o
Senhor só pelo seu falar, pois "do
que há em abundância no coração, disso fala a boca." (Mt 12:34). Você
também irá identificar o grau de santidade que essa pessoa atribui a Deus
quando ela vier com alguma piada, palavras e conversas.
A voluntariedade excessiva
pode também se refletir no falar, daí o conselho de Paulo a Tito, não
apenas para os jovens que deveria aconselhar, mas para o próprio Tito: "Exorta semelhantemente os jovens a
que sejam moderados. Em tudo [Tito] te dá por exemplo de boas obras; na
doutrina mostra incorrupção, gravidade, sinceridade, linguagem sã e
irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que
dizer de nós." (Tt 2:6-8).
Às vezes precisamos, ao responder a alguém, parar e perguntar: O que é que estou
defendendo aqui, minha reputação ou a reputação do Senhor? Claro, Estou falando
para salvos! Para isso me volto para o que Paulo escreve e serve para quando o
sangue sobe à cabeça, o coração dispara e a boca fica seca porque por uma
ofensa recebida. Se no passado éramos mais criteriosos em escolher as palavras,
dependendo do tamanho de quem nos ofendia, em tempos de redes sociais a
musculatura dos dedos de quem nos escreve não nos intimida e aí partimos para o
ataque. Porém a Palavra de Deus nos exorta:
"A ninguém torneis
mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens. Se for
possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. Não vos
vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha
é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver
fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto,
amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas
vence o mal com o bem." (Rm 12:17-21). Darby definiu
este último versículo assim: "Se o meu mau temperamento produzir em você
um mau temperamento, então você foi vencido pelo meu mal".
Sigamos o que diz Salomão: “Na multidão de palavras não falta pecado, mas o que modera os seus
lábios é sábio.” (Pv 10:19)
“As palavras suaves são
favos de mel, doces para a alma, e saúde para os ossos.” (Pv 16:24)
Deus permita que sejamos legítimos canais de bênçãos e da
Graça de Dele ao nosso próximo, através das palavras que saem de nossos lábios.
A Deus somente seja toda glória!
MdC
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