1ª João 3:19 a 24
INTRODUÇÃO
Existe
uma música infantil que diz: "Se o seu coração parar de bater agora, se você
for embora, pra onde você vai?" É comum encontrar nas igrejas evangélicas
pessoas que professaram a fé em Cristo, que foram batizadas e que participam da
ceia, mas que duvidam ou não têm certeza da própria salvação. Diante dessa
situação, surgem as seguintes perguntas: Como podemos ter certeza de que
realmente nascemos de novo? Será que existem provas objetivas que confirmam a
nossa salvação? Quais as características dos salvos?
Deus
quer que tenhamos a certeza absoluta de nossa salvação. Não podemos viver nossa
vida cristã nos perguntando e nos preocupando a
cada
dia se realmente somos salvos. É por isso que a Bíblia coloca o plano de salvação de
forma tão clara. João
nos ensina que os salvos revelam certas características que os identificam como
filhos de Deus, e ainda nos ajuda ao declarar que escreveu a sua primeira carta
com a finalidade de fortalecer aqueles a quem escrevia sobre a certeza da
salvação (Cap 5:13 ler).
A
lição proposta aborda exatamente essa questão.
1.
O SALVO AMA O PRÓXIMO E TEM PAZ DIANTE DE DEUS (V.19-20)
Na
parte anterior do capítulo, especificamente no (vs 18 BV) “filhinhos deixemos de dizer apenas que amamos as pessoas; vamos amá-las
realmente e mostrar isto pelas nossas ações”. João concluiu seu raciocínio
advertindo seus leitores que o verdadeiro amor não deve ser somente verbalizado
e ensinado, mas
praticado
por todos que nasceram de novo. E ele prossegue dizendo: “E nisto conhecemos
que somos da verdade” (3.19a). Com essas palavras, o apóstolo João confirma que
o amor, traduzido em ações, é uma característica dos “salvos” dos que andam na
verdade. Andar
na “verdade” aqui nesse contexto significa: Andar em todo o fundamento do
evangelho de Jesus em contraste com as mentiras procedentes dos falsos
ensinadores (Cap 4:6). Ao praticarmos o genuíno amor, damos provas que de fato
nascemos de Deus e que estamos trilhando no caminho certo.
O
resultado destinado a todos que praticam o verdadeiro amor, diz João: “E diante Dele (Deus) tranqüilizaremos
nossos corações” (3:19b). João queria ensinar que pela prática do legítimo
amor, os fiéis em Cristo desfrutarão de uma consciência tranqüila diante de
Deus, e assim, gozarão da convicção de que realmente
são
salvos, de que nasceram de novo.
Por
outro lado, sabendo que essa tranqüilidade interior pode ser perturbada por
acusações, e que é possível que os cristãos enfrentem incertezas na vida, ele
diz: “Sabendo que, se o nosso coração nos
condena” (3:20a). João estava ciente que em algum momento a consciência (coração)
dos seus leitores poderia acusá-los. Com o objetivo de preparar seus ouvintes
para o confronto contra as acusações internas, o autor da carta os encoraja
fundamentando-os no seguinte argumento: “maior
é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas” (3.20b).
Na
última parte do versículo 19, João disse que pela prática do amor os fiéis
teriam seus corações tranqüilizados. Quando João afirma que Deus é maior e
conhece tudo (v.20b), ele estava ensinando um princípio fortalecedor para todos
que praticam o amor, isto é, quando a consciência nos acusa e tenta nos
condenar,
devemos
lembrar que amamos uns aos outros, e que essa atitude é uma marca dos
verdadeiros filhos Deus. O Senhor que é maior que o nosso acusador e conhece
plenamente as nossas vidas, nos concederá vitória.
2.
O SALVO AMA O PRÓXIMO E TEM SUAS ORAÇÕES RESPONDIDAS (V. 21-22).
Uma
vez que o coração é tranqüilizado pela prática do amor e pela ação soberana de
Deus (v.19-20), o resultado óbvio será o gozo de uma consciência sossegada e
não acusadora. É porisso
que o apóstolo prossegue com o seguinte argumento: “Amados, se o nosso coração não nos condena” (3:21a). Agora, o
coração não mais condena, porque o mesmo já foi acalmado conforme dito antes.
João prossegue no texto apresentando outro benefício de um coração pacificado: “temos confiança para com Deus (3.21b)”.
A confiança aqui descrita é uma referencia a liberdade para falar com Deus e se
relacionar pacificamente com Ele; Ou seja: Oração.
Quando
se tem paz e confiança para com o Senhor, os crentes que amam de verdade podem
buscar a Deus com a convicção de que terão suas orações respondidas. O próprio
João comprova essa verdade dizendo: “E
qualquer coisa que lhe pedirmos, dele receberemos” (3.22a). É importante
ressaltar que quando o apóstolo usa a expressão "qualquer coisa", ele
não está afirmando que Deus fará TUDO conforme desejamos e pedimos. Pelo
contrário, é tudo "segundo a sua vontade, ele nos ouve" (5:14).
Portanto, um requisito exigido na carta para
se ter orações respondidas é guardar os mandamentos de Deus, e fazermos o que é
agradável a Deus (3.22b).
3.
O SALVO OBEDECE A CRISTO (V. 23-24).
Já
vimos que a obediência aos mandamentos
do
Senhor é um requisito para se obter as respostas das orações (3.22b). Quais são,
então, esses mandamentos? João diz:
Que
creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e amemos uns aos outros, segundo o seu
mandamento (3.23).
De
acordo com o apóstolo João, crer em Jesus aponta para as seguintes verdades:
(1)
afirmar a plena divindade do Filho de
Deus em contraste com as heresias (2:22-23);
(2)
confessar a completa humanidade de Jesus
Cristo em oposição aos falsos mestres (4:2-3).
Crer
no Filho aqui é uma postura de confiança e obediência aos ensinos da palavra de
Deus, que nesse caso, refere-se tanto a divindade como a humanidade do nosso
Salvador.
O
outro lado do mandamento ensina o amor ao próximo conforme o próprio Cristo
ordenou. {cf.
Jo 13.34; 1ª Jo 3.11).
Todo
aquele que confia plenamente na pessoa de Jesus Cristo, também deve amar ao
próximo conforme Ele amou.
João
continua dizendo que estar em Deus é a certeza de que Ele está em nós, e isso passa
indiscutivelmente
pela nossa obediência aos
seus
mandamentos: “E aquele que guarda os seus
mandamentos nele está, e ele nele” (3.24a). O que o apóstolo pretende
mostrar aqui, é que o novo nascimento não acontece apenas no âmbito espiritual,
de forma invisível, mas que se manifesta objetivamente no mundo por meio de
atitudes, entre elas, a plena confiança na pessoa de Cristo e o amor ao
próximo.
O
apóstolo conclui seu raciocínio, enfatizando que a presença do Espírito Santo
nos crentes é uma evidência que Deus habita neles. O texto diz: “E nisto conhecemos que ele está em nós,
pelo Espírito que nos tem dado” (3.24b).
Por
que João encerra seu pensamento falando do Espírito e não da obediência aos mandamentos
conforme vinha abordando?
A
razão é:
Que
é o Espírito Santo que HABILITA o crente para que ele creia e viva conforme os
ensinamentos das Escrituras (4:2,12-13). Portanto, deixar o Espírito Santo
atuar em nós é fundamental para vivermos em obediência aos mandamentos de
Cristo.
Será que
temos características que evidenciam que
somos verdadeiramente filhos de Deus? Amamos realmente o nosso próximo? Gozamos
de uma consciência tranqüila diante do Senhor? As nossas orações são
respondidas segundo a vontade de Deus? Obedecemos aos mandamentos de Cristo?
Cremos em Jesus como Filho de Deus conforme a Bíblia o apresenta? Somos guiados
pelo Espírito Santo? Será que podemos responder positivamente a essas questões?
Para João,
o cristianismo autêntico não é apenas uma profissão de fé ou uma suposta
transformação que ocorre somente no mundo espiritual.
Os verdadeiros filhos de Deus são aqueles que depois de regenerados pelo
Espírito Santo agem em conformidade com os princípios do Reino de Cristo. De
acordo o apóstolo, todos aqueles que professam um novo nascimento deverão
evidenciar essa realidade por meio de certas ações que estão em harmonia com os
ensinos das Escrituras.
Quando
vivermos em submissão a vontade do Senhor, evidenciamos uma nova vida e a
certeza da nossa salvação em Jesus Cristo.
MdC
MdC