Propósito
Principal
As
igrejas dos tempos apostólicos celebravam a Ceia do Senhor no primeiro dia da
semana (At 20.7), acompanhando-a com louvores, adoração e outras atividades
espirituais (1ª Co 14).
Com
o passar do tempo e com a influência romanista trazida da reforma protestante,
a observação da ceia se degenerou e a significação dela se perdeu.
O
Senhor Jesus, através da Ceia, deu ao Seu povo uma recordação simbólica, pela
qual temos o privilégio de refrescar a memória, ter comunhão com Ele e mostrar
confiança na Sua volta.
A
Palavra de Deus, especialmente na dispensação da igreja, não estabelece ritual
nem procedimento para esta reunião. Em (1ª Co 11.23-29) temos que, o essencial,
é que se recorde do Senhor, cada um participando do pão e do cálice como Ele
mesmo ordenou.
O
motivo pelo qual o Sr. Jesus instituiu a Ceia é para recordação do Senhor,
porém muitas vezes Ele é o ultimo a ser lembrado. Infelizmente durante as
reuniões para a Ceia do Senhor há discursos sobre a gloriosa posição dos
crentes, e longas "ações de graças" por bênçãos materiais recebidas
tais como: saúde, emprego, promoções, aquisições etc; mas a recordação devia
ser de Cristo na Sua perfeição – a maravilha da Sua encarnação e da Sua vida
imaculada, o valor da sua morte expiatória, para Deus e para os homens, a
glória da Sua ressurreição e exaltação, a suficiência do Seu ministério
sacerdotal, e a esperança da Sua volta e do Seu reino eterno.
É
Cristo mesmo e não nós e as nossas bênçãos que devem encher os nossos
pensamentos e ser o centro da nossa adoração no momento da Ceia do Senhor. A
Ceia deveria oferecer a oportunidade para adoração coletiva como fruto da
meditação espiritual que nos conduz à verdadeira adoração ao Pai e ao Filho, o
que infelizmente não acontece, em razão da herança romanista, onde apenas um
realiza tudo.
Não
é prudente no momento da Ceia do Senhor, ocupar muito tempo contemplando
"nosso passado negro e triste"; o adorador, purificado pelo sangue,
deixou pra trás os seus pecados, sabendo que Deus "Se esqueceu deles"
(Is 44.22).
Deus
procura adoradores, e o nosso privilégio é exatamente esse: Adorar! Sem dúvida,
a Ceia não é a única ocasião em que adoramos "em espírito e em
verdade", ou "entramos no santuário", pois estas expressões da
Palavra de Deus não se referem primariamente a reuniões e, sim, à atitude
constante de adoração e comunhão que deve caracterizar a vida do crente.
Contudo, na Ceia a adoração e o ministério sacerdotal do Povo de Deus podem e
devem ser amplamente exercitados.
Quando
na Ceia, somos dirigidos pelo Espírito Santo (como devíamos ser em qualquer
outra reunião e em tudo em nossa vida), nela reinam a ordem e a decência: ordem
espiritual nos louvores, nas orações e nas exposições (ou simples leitura) das
Escrituras.
O
momento da Ceia do Senhor não é para ensinar, exortar, apresentar, promover
etc, e sim o momento onde toda a atenção do crente deve se voltar para Cristo,
quem Ele é e o que Ele fez.
Existe
um hino de J.I. Freire, que traz a seguinte expressão: "Tu és o imã que
nos atrai" uma referência sem dúvida às palavras do Senhor Jesus Cristo
quando, falando aos judeus com respeito à Sua morte, Ele disse: "Eu,
quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim" (Jo 13.32).
A
figura do imã, empregada pelo autor do hino, aparentemente descreve a poderosa
atração que o Senhor Jesus exerce para com o coração do crente, ou melhor,
dizendo, para com os corações dos crentes unidos como o Seu rebanho, com
referência especial à Ceia do Senhor. Ali, atraídos e comovidos pela recordação
do Seu amor, sentimo-nos impelidos ao louvor e a adoração.
Mas
afinal o que é um imã? Um pedaço de metal, geralmente ferro ou aço, que tem
propriedade magnética, que atrai para si outros objetos metálicos.
Jesus
disse: "Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim".
Mesmo
depois de mais de dois mil anos, os crentes atraídos como que pelo imã, não
cessam de meditar, falar, discutir e escrever sobre o grande feito de Cristo
como prova do grande amor de Deus para com eles (Rm 5.8).
Na
Ceia, os dois símbolos sagrados nos falam da Sua morte por nós, da nossa
comunhão com Ele na Sua morte, e da Sua presença conosco "todos os dias
até a consumação do século". Será que o amor do Senhor verdadeiramente nos
atrai nessa ocasião, fazendo os nossos corações "arder em nós" (Lc
243.32) para louvor e adoração?
Será
que como crentes verdadeiros, ficamos cada vez mais atraídos pelas constantes
provas do Seu amor e da Sua fidelidade para conosco?
Quanto
mais O conhecemos, tanto mais Ele Se mostra o verdadeiro IMÃ que nos atrai.
"Até
que Ele venha" (1ª Co 11.26) – assim a igreja deve se lembrar Dele na
Ceia. E então?... Naquele último dia da igreja na terra, "O Senhor descerá
dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os que ficarmos,
seremos arrebatados juntamente com eles... para o encontro do Senhor nos ares,
e assim estaremos para sempre com o Senhor" (1ª Ts 4.16-17). O nosso IMÃ
atrair-nos-á para Si, levando-nos para os céus, para estarmos eternamente com o
Senhor.
CONCLUINDO,
Que possamos ter sempre como motivo principal da Ceia a recordação do Senhor, pois assim a Igreja
"anuncia a morte do Senhor, até que Ele venha". "FAZEI isto, em
memória de Mim".
Fonte
de Pesquisa:
Bíblia
Sagrada ERA
Comentários
de Richard Jhones
MdC