segunda-feira, 25 de agosto de 2014

O QUE É SER CHEIO DO ESPÍRITO SANTO?

 
E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas ENCHEI-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor, com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.” (Efésios 5.18-21)
Vejamos o que Paulo nos ensina acerca do Espírito Santo, No contexto  desta carta escrita aos crentes da igreja em Éfeso:
No capítulo 1, Temos que o Espírito Santo é o selo de todas as bênçãos espirituais, ou seja, é Ele que nos marca para Deus, como sendo sua propriedade.
No capítulo 2, Paulo afirma que a barreira entre judeus e gentios fora rompida por intermédio do Espírito Santo, ou seja, o acesso de ambos a Deus é feito por intermédio do  Espírito e que o mesmo Espírito habita na igreja.
No capítulo 3, o Apóstolo menciona que pelo Espírito Santo o evangelho fora revelado aos apóstolos e profetas.
No capítulo 4, Paulo diz que é o Espírito é quem concede paz  e que mantém os cristãos unidos.
No capítulo 5, lemos que a igreja deve encher-se do Espírito e;
No capítulo 6, Paulo ao tratar da guerra espiritual,  orienta os crentes a orar no espírito.
Tratando agora mas precisamente dos versos 18-21, qual o significado de ser cheio do Espírito Santo?
É importante salientar que, apesar de Paulo usar uma linguagem figurada “enchei-vos do Espírito” fica claro que para Paulo, assim como para nós, o Espírito Santo é uma pessoa, é Deus e não uma força sobrenatural ou algo que possamos manipular.
Paulo ordena a nos submeter ao domínio do Espírito Santo, de tal forma que todas as áreas de nossa vida, fiquem sob seu controle e que o fruto do Espírito encha o nosso ser, assim como um vaso.
A idéia de ser cheio pelo Espírito Santo significa ser controlado pelo Espírito. Paulo chega a contrastar alguém que está embriagado com alguém que está cheio do Espírito.
A embriaguez consiste no domínio ou controle total de alguém pelos efeitos do álcool. Quando alguém está embriagado, o álcool já subiu a sua mente e já o dominou de tal maneira que tudo o que ela fizer será feito pelos efeitos do álcool. Uma pessoa embriagada, não percebe mais o que faz; ela perde o controle de sua vida. Paralelo a essa situação, Paulo afirma que uma pessoa cheia do Espírito terá suas palavras, ações, sentimentos, caráter influenciados pelo Santo Espírito.
Uma pessoa embriagada perde todo o domínio de si, enquanto uma pessoa dominada pelo Espírito Santo, mais domínio sobre si terá. Porque é o Espírito Santo que habita nele que tem todo o controle sobre sua vida.
Em suma podemos compreender que a vontade de nosso Senhor, é que cada cristão viva na plenitude do Espírito. Somente por intermédio do Espírito de Deus, temos condições e somos capacitados a realizar aquilo que o Senhor projetou para sua Igreja.
Não estamos falando de crentes pentecostais, dons ou línguas estranhas, mas falamos de termos nossas vidas, na integralidade, controlada por Deus.
Ser controlado pelo Espírito é o que cada cristão deve buscar. Se o desejo do Senhor é formar uma nova comunidade, não existe outra  maneira de se formar uma coletividade de santos a não ser por intermédio de Seu Espírito.
A Deus somente seja toda a Glória.

MdC

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

NÃO SÃO ARMAS



Todos aqueles que se utilizam dos púlpitos na igreja precisam, inquestionavelmente de um cuidado extremamente especial no modo como os utiliza, pois dependendo da maneira como os usa, certamente estarão a profanar a Santa Tribuna que é a plataforma de um templo dedicado ao Senhor Deus, consagrados para exaltar unicamente o nome de Dele. Os púlpitos, não são armas deixadas pelo nosso Senhor para desferirem golpes nos crentes como se os mesmos fossem inimigos daqueles que deles se utilizam, nem o local apropriado para desabafos intermináveis.
Paulo, certa ocasião registrou: “se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!” (I Coríntios 9.16).

Os pastores Dario José e Wagner Antonio deixou-nos uma reflexão sobre o púlpito que considero importante compartilhá-las aqui.
Vejam:

A palavra púlpito vem do latim pulpitum, que traduzindo significa palco, estrado. Local de onde fala um orador, geralmente dentro de um templo religioso. Praticamente, todas as igrejas (protestantes ou não), se utilizam desse móvel, colocando-o no centro da plataforma, geralmente elevada, talvez para trazer a conotação de autoridade e centralidade. Dali, pregadores costumam se dirigir à congregação para expor suas pregações, preleções, homilias, doutrinas, ministrações, depois das leituras das Sagradas Escrituras, a Bíblia. 

Mas infelizmente, pastores e outros líderes estão usando esse espaço físico (o púlpito) e o precioso tempo de que dispõem para outras (in)utilidades, roubando, muitas vezes, a única oportunidade da semana que têm com seus ouvintes (as ovelhas). Vejamos o quê o púlpito não é: 

1 – Púlpito não é lugar de autocomiseração, onde o “pregador” fala de suas lamúrias buscando sensibilizar os ouvintes das suas “coitadices”. Isso é reclamação, nunca deve ser visto como pregação.

2 – Púlpito não é palco de stand up comedy, onde se conta anedotas, piadas e estórias engraçadas, buscando arrancar risos da “platéia”. Isso é não  estar sob a graça, é ser engraçado.

3 – Púlpito não é divã de analista, onde pregadores tentam aliviar sua frustrações diárias com seus “desabafos” pessoais à Igreja. Isso não é apascentar, mas “apausentar” ovelhas (dá paulada).

4 – Púlpito não é tribunal de júri, onde líderes procuram se defender, tentando mostrar  “a transparência” das suas ações.  Isso é falsidade maquiada de santidade.

5 – Púlpito não é lugar da “mensagem de carapuça” (mensagem que soa como uma crítica, como feita de encomenda), quando se tenta solucionar os problemas dos membros da congregação através de pregações dirigidas indiretamente. Isso é pastoreio à distância.

6 – Púlpito não é lugar de fofocas, onde se expõem confidências de gabinetes pastorais e de conversas pessoais com a membresia. Isso é assédio moral.

7 – Púlpito não é palanque político, onde candidatos têm neles, suas tribunas para referendarem e promoverem suas campanhas. Isso é trocar o sagrado pelo comum.

8 – Púlpito não é balcão de SPC, onde se expõe e se cobra as ”dívidas” dos fieis. Isso é afronta pessoal, não cuidado pastoral.

9 – Púlpito não é mesa de barganha financeira, onde “tentam” negociar com Deus dízimos, ofertas e contribuição afins. Isso é pressão psicológica, não exposição teológica.

10 – Púlpito não é lugar para palestras motivacionais ou de autoajuda, onde os ouvintes buscam ouvir o que desejam. Isso é alimentar o povo com “fast food” e não com alimento sólido.       

Os pregadores não têm se portado à altura do ofício divino da pregação bíblica. Logo, por força dessa falta de valores as congregações têm perdido sua identidade cristã, tornando-se auditório comum e secular.
Gostaria de destacar alguns valores que certamente deveriam estar presentes nos púlpitos cristãos, princípios que fariam com que a pregação fosse muito mais relevante, eficaz e qualificada. Há muitas outras razões, mas o espaço não nos permite desenvolvê-las.
1) Sermões devem ser cristocêntricos - O tema de uma pregação não deve ser "matar um leão por dia", "vencendo o monstro da depressão", mas sim a pessoa de Deus e Sua imensa graça. Para ouvir mensagens de auto-ajuda nós buscamos palestras ou compramos livros; púlpitos de igrejas devem falar de Deus, de Cristo, do Espírito Santo, da graça, da alma, da vida eterna, e não de efemeridades meramente psicológicas. "Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus. "(1Co 1:24)
2) Pregadores devem ter postura - Está em voga o abandono da gravata e tudo o que lembre formalismo. Então vemos nos púlpitos pregadores que buscam não se parecer com pregadores. Uns vão com camisas de times de futebol, outros com roupas de piquenique, outros ainda nem sequer se preparam. Quem sofre é o púlpito, que vira algo irrelevante e desprezível.
Assim como se espera um governo digno e elegante, ou um médico e bombeiro bem fardados, também se espera que o pregador poste-se digna e solenemente no exercício da pregação da Palavra de Deus. Elegância, simplicidade, humildade: quesitos que valorizam o púlpito.
3) As mensagens devem ter linguagem sadia - Que tristeza ver um pregador que não sabe falar português! Que incômodo ouvirmos mensagens cheias de gírias e palavras deselegantes! Um bom sermão deve ser simples, de linguagem clara e compreensível, sem ser inadequada, inconveniente, deselegante. O pregador deve ser correto no uso da linguagem. "Linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós." (Tt 2:8)
4) Pregadores não devem obrigar o auditório a interagir – Que deselegância e inconveniência a atitude de pregadores que, por falta do que dizer, interrompem o sermão e determinam: "vire pro seu irmão ao lado e diga...". Isso é mediocridade e falta de argumento. Cristo nunca usou desse artifício barato. A resposta ao sermão deve vir da alma que se propõe a praticar o que aprende, não de um auditório adolescente que entra num jogo de falar e escutar. Quem prega a Bíblia com conteúdo não precisa dessa banalidade. "Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina." (2Tm 4:2)
5) Púlpito não é lugar para política - Há sermões que descem do Céu para tomarem as bandeiras das lutas sociais. Transformam o auditório bíblico em palanque de lutas partidárias ou ideológicas. Quando não, em época de eleições, cedem seus púlpitos para que políticos dêem seus recados. Isso é adultério espiritual. Para os políticos existem as tribunas. Para os pregadores os púlpitos. Política cuida do Reino do Mundo; Igreja cuida do Reino de Deus. "E Jesus, respondendo, disse-lhes: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. E maravilharam-se dele." (Mc 12:17)
6) O púlpito deve ser o terminal de um processo, não o início -
Pregadores que não se preparam, que não oram, que não organizam suas idéias antes da pregação geralmente oferecerão muito pouco e suas mensagens não seguirão por dez minutos depois de seu término. Sermões eficazes começam de joelhos. Boas pregações são pensadas por longo tempo. São fruto de pesquisa, de estudo, de erudição, de preparo, mas, principalmente, da graça do Senhor sobre a vida de quem prega sob Sua direção. "Persiste em ler, exortar e ensinar, " (1Tm 4:13)
7) O púlpito não deve ser tribuna de auto-promoção - Há mensagens que não passam de bajulação disfarçada ou de egolatria exacerbada. Prega-se o homem, não a Cristo. Prega-se o servo, não o Senhor. Prega-se a obra de Deus, não o Deus da obra. Sermões desse tipo poderiam ter como hino o que diz: "Sim, há de ser GLÓRIA PRA MIM, GLÓRIA PRA MIM, GLÓRIA PRA MIM".Um sermão bíblico aponta para outro caminho: o caminho da glória divina e da incapacidade humana; aponta para a honra a Cristo e a submissão do pecador. Qualquer coisa diferente disso é jactância mundana, não pregação bíblica: "É necessário que Cristo cresça e que eu diminua." (Jo 3:30) Espero sinceramente que os nossos púlpitos melhorem em qualidade.Um bom púlpito pode transformar uma igreja. Um sermão qualificado em um pregador capaz pode ser a fagulha que acende um reavivamento na Obra do Senhor. Que sejamos pregadores fiéis em nome de Jesus. Amém.
Autor Ed. Carlos

Copilado e adaptado por  MdC

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

"NÃO TOQUEIS NOS MEUS UNGIDOS"





“Não toqueis nos meus ungidos,...

Não rara as vezes que presenciamos um líder de igreja, subir ao púlpito e ministrar acerca do tema "não toqueis nos meus ungidos" e aliado a tal ministração, imprópria, diga-se de passagem, vem um monte de desabafos que, digamos, beira o ridículo.
Estes ensinos tem sua origem em conceitos errados de que aqueles que servem ao Senhor nas funções de lideres são realmente "servos especiais" que pertencem a uma “casta” que é diferente e está acima de todos os demais crentes. E como "especiais", imaginam que estão acima de qualquer tipo de crítica podendo mandar e desmandar na Igreja do Senhor, porque, segundo eles mesmos, o Senhor lhes concedeu poder e autoridade "especiais". Por este motivo toda e qualquer verbalização de opiniões, será confrontado com todo o vigor, através do "não toqueis nos meus ungidos".
A Pergunta que surge é: Será verdade que existem mesmo pessoas especiais para Deus? Existem mesmo pessoas que recebem um BATISMO que é mais poderoso do que o batismo com o Espírito Santo que veio sobre todos os demais cristãos? Existe realmente uma unção que é maior, melhor, mais poderosa do que a unção com que o próprio Deus ungiu a todos os crentes no Senhor Jesus Cristo?
O texto  de (Ezq 34:1 – 6)  É o que melhor descreve, no V.T, o assunto em epigrafe.
1 Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:
2 Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o SENHOR Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?
3 Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.
4 A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.
5 Assim, se espalharam, por não haver pastor, e se tornaram pasto para todas as feras do campo.
6 As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo elevado outeiro; as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque.
Encontramos aqui o profeta Ezequiel recebendo do próprio Deus instruções para profetizar contra "os pastores de Israel". Não é difícil compreender que o  profeta não está se referindo literalmente a pastores de ovelhas, e sim a todos os líderes da nação de Israel. Ele dirige suas palavras aos magistrados e aos príncipes, aos levitas e aos sacerdotes e a todos aqueles que tinham a responsabilidade de cuidar do povo de Deus. De zelar sobre o povo de Deus, de protegê-lo e de não explorá-lo.
Infelizmente, como nos dias de Ezequiel, hoje líderes gostam de se acharem diferentes, acima das outras pessoas. Gostam de se ver como sendo "especiais", como super crentes, talvez um treinamento recebido nos seminários por onde passaram. Deus não está interessado nessa atitude. Suas palavras são de veemente condenação desde o começo: "Ai dos pastores de Israel". Aqueles homens achavam que as posições que ocupavam, eram tão mais dignas que outras, que os tornavam, automaticamente, isentos e imunes a toda e qualquer forma de crítica. Os lideres os quais Ezequiel se referia não entendiam que as posições que ocupavam, bem como as funções que exerciam, realmente, não os isentavam de ter que admitir seus erros, de ter que confessar seus pecados e de sofrer as graves conseqüências dos juízos de Deus, caso não se arrependessem. Esta palavra do Senhor é motivada pelo fato de que os pastores não são "donos" do rebanho de Deus e por este motivo não podem tratar o rebanho de Deus de qualquer maneira e muito menos de modo abusivo. Os lideres, diz o apóstolo Pedro, não passam de cooperadores a serviço e submisso ao Senhor Jesus que é chamado de Supremo pastor  (1 Pe 5:4). O Senhor usa  duras palavras  de forma perfeita, também pelo profeta Jeremias quando diz: "Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto!  (Jer 23:1).
Ezequiel, falando em nome do Deus-Pastor de Israel, confronta os lideres dos seus dias de várias maneiras:
1ª A mais básica que precisa ser respondida: Por que existem lideres?
A resposta nasce de uma pergunta do profeta: Não apascentarão os pastores as ovelhas? Lideres existem, primariamente, para apascentar  ovelhas. Para cuidar das ovelhas. Usando uma linguagem bastante direta, o profeta acusa os pastores de estarem cuidando de si mesmos em vez de estarem cuidando das ovelhas: "Ai dos pastores que se apascentam a si mesmos!". Ignoravam as necessidades das ovelhas por estarem por demais ocupados consigo mesmos, estes pastores ainda tratavam as ovelhas com extrema brutalidade, pois o profeta diz: "Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas" e "dominais sobre elas com rigor e dureza". O interesse daqueles lideres estava muito mais nos benefícios materiais que poderiam receber das ovelhas - carne, gordura, lã - do que nos benefícios espirituais que poderiam e deveriam repartir no cuidado do rebanho. Para Ezequiel, o interesse daqueles pastores não estava no chamado de Deus e no pastoreio e sim no poder e no controle que exerciam sobre elas.
2ª O profeta diz: "A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes". Que coisa terrível! Por que  agiam assim? Além da falta de interesse verdadeiro pelas ovelhas, eles agiam desta maneira em parte por ignorância e em parte por preguiça. O despreparo dos pastores é notório e a preguiça de muitos deles também. Deixa o rebanho pra lá, dizem. O rebanho só me interessa pelo que posso conseguir dele, o resto é realmente irrelevante. Pensam e agem assim porque pregam o medo para com o "ungido do Senhor".
3ª O descaso - As Ovelhas sem  o cuidado pastoral e maltratadas tendem a se espalhar, e acabam por tornar-se alimento fácil para as feras do campo. Este é o triste fim de todas as situações de abuso espiritual: ovelhas dispersas, abandonadas e sendo devoradas por todos os tipos de "feras". O profeta constata: "As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo elevado outeiro". Não podemos ignorar que os pastores abusadores, não desistem, mesmo quando as ovelhas saem dos seus redis. Estes abusadores perseguem as ovelhas, visando trazê-las de volta à situação terrível da qual haviam escapado.
No tempo em que Jesus andou aqui no mundo, Ele foi um ferrenho adversário dos falsos pastores. Jesus se opôs a todos que, dizendo-se pastores, se ocupavam realmente somente consigo mesmos e abandonavam o rebanho completamente. Nos tempos de Jesus, enquanto aqui viveu, não era diferente do que encontramos nos dias do profeta Ezequiel.  Mateus nos diz que: "Vendo ele - Jesus - as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor”  (Mat 9:36)
"Não Toqueis nos Meus Ungidos"
Conforme mencionado anteriormente, lideres abusados gostam de pensar acerca de si mesmos, como sendo super crentes. Gostam de pensar acerca de si mesmos como pertencendo a uma “casta” realmente separada e distinta de todos os outros. Costumam, por um lado, torcer textos bíblicos para beneficiá-los e por outro lado inventam uma série de normas que são colocadas em prática tão logo são questionados ou se sentem ameaçados. É importante deixar claro que na grande maioria das vezes, este sentimento de que estão sendo ameaçados, é completamente irracional. Pastores abusadores costumam utilizar-se de textos fora de contextos, quando o assunto é a auto-defesa. Não podemos esquecer que todos os recursos utilizados pelos pastores abusadores tem como objetivo não deixar dúvida acerca de quem realmente manda! Vejamos alguns textos que pastores abusadores usam fora de seus contextos, e suas interpretações dentro de seus contextos:
1ª "ungido do Senhor" Essa expressão é bíblica e ocorre exatamente oito vezes no  V.T. Seis menções referem ao rei Saul. Uma faz referência ao Rei Davi e uma diz respeito ao Ungido do Senhor como aguardado pelo profeta Jeremias. As menções aos reis Saul e Davi, deixam bem claro que os ungidos do Senhor não eram homens imunes nem a erros, nem a críticas e muito menos à disciplina por parte do Senhor.
2ª "teu ungido" é também bíblica a expressão e ocorre seis vezes no texto hebraico do V.T. Uma diz respeito ao rei Davi e todas as outras ao Ungido como esperado pelo povo de Israel. Novamente a referência ao rei Davi é uma clara indicação de que o "ungido do Senhor" era alguém passível de cometer erros, de sofrer críticas e, no caso específico de Davi, de sofrer graves conseqüências por pecados cometidos.
3ª "meu ungido", da mesma forma, é bíblica e ocorre duas vezes no texto bíblico do V.T. As duas referências dizem respeito ao Messias ou Ungido como esperado pelo povo de Israel.
4ª A expressão "seu ungido", ocorre onze vezes no V.T e uma única vez no Novo Testamento. Estas onze referências estão assim distribuídas:
Ø  5 vezes referindo-se ao Ungido como o esperado Messias de Israel.
Ø  3 vezes fazem menção a Saul.
Ø  1 vez diz respeito à Eliabe, irmão de Davi.
Ø  2 vezes a citação é referente ao rei Davi.
Ø  1 vez ao imperador dos Medos, Ciro.
Desta maneira fica fácil perceber que quando não se refere ao Ungido que representa o Senhor Jesus, os textos falam de homens que foram tão pecadores como qualquer um de nós. A unção para ser rei sobre o povo de Israel, conferida a Saul e a Davi, não era nenhuma garantia de que aqueles homens estavam imunes ao pecado, ou que não poderiam ser criticados e que estariam completamente isentos da disciplina de Deus.
5ª Por fim restam as duas referências que trazem de forma explícita a expressão "não toqueis nos meus ungidos". Estas referências são:
(1 Cr 16:22) dizendo:  “Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.”
(Sl 105:15) dizendo:  “Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.”
Antes de analisarmos estes versículos faz-se necessário dizer que os mesmos são idênticos e isto por um bom motivo. O verso de 1 Crônicas é parte de uma compilação de Salmos que se estende do verso 7 até o verso 36 do capítulo 16 de 1 Crônicas. Esta compilação contém partes dos salmos 96, 105 e 106.
Conforme dito, os dois versículos são idênticos, portanto, a interpretação é a mesma para ambos. A questão mais importante para nós, neste momento, é definir acerca de quem o salmista está falando? Quem são os ungidos do Senhor? O contexto deixa claro, e por ele nós podemos ter certeza sobre quem são as pessoas a quem o Senhor se refere como sendo os "ungidos do Senhor" e de "meus profetas". (Sl 105:8 – 15) diz o seguinte: 8 Lembra-se perpetuamente da sua aliança, da palavra que empenhou para mil gerações; 9 a aliança que fez com Abraão e do juramento que fez a Isaque; 10 o qual confirmou a Jacó por decreto e a Israel por aliança perpétua,11 dizendo: Dar-te-ei a terra de Canaã como quinhão da vossa herança.12 Então, eram eles em pequeno número, pouquíssimos e forasteiros nela;13 andavam de nação em nação, de um reino para outro reino.14 A ninguém permitiu que os oprimisse; antes, por amor deles, repreendeu a reis,15 dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.
O texto mostra com clareza que aqueles que são chamados de "ungidos do Senhor" e de "meus profetas" são os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. São os Israelitas. Todos e cada um deles. Ninguém que pertença verdadeiramente ao povo de Israel é deixado de fora.
Portanto, o mito ou a falsa idéia de que somente os lideres são os "ungidos do Senhor", como uma casta distinta e superior a todos os demais crentes, não passa de uma invenção cujo propósito é abastecer lideres perversos com munições que os possibilitem abusar de suas ovelhas.
O que o N.T ensina acerca da expressão “Ungidos de Deus”
O N.T ensina a mesma coisa que é ensinada no V.T. Todos os que pertencem ao Povo de Deus foram ungidos pelo próprio Deus. Todos os verdadeiramente remidos, sem exceção recebem rigorosamente a mesma unção. Não existem cristãos mais ungidos e cristãos menos ungidos. E, por conseguinte, não existem "ministérios ungidos" e muito menos esta figura preconizada por falsos ensinos, de que é possível possuir "uma unção" específica, distinta da única unção disponível a todos os salvos
(2 Co 1:21 – 22) diz: "Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é Deus, que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração". Estes dois versos ensinam claramente que só existe uma unção e que todos os cristãos são participantes desta unção, pois o repartir da mesma é um ato do próprio Deus.
Quando Paulo está a dizer que Deus nos ungiu, ele diz que todos nós que somos salvos, fomos ungidos diretamente pelo próprio Deus.
A conseqüência desta unção na vida de todos os cristão pode ser vista em alguns versículos descritos por João. Veja:
"Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou. Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda. Se sabeis que ele é justo, reconhecei também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele.”  (1 Jo 2:27 – 29)
Percebemos portanto, que existe uma única unção, que todos os crentes receberam e que Deus mesmo é aquele que nos unge. Não devemos, portanto, ter medo de desmascarar a qualquer um que pretenda ser possuidor de algum tipo especial de unção.
Unção especial só existe uma: Aquela que Deus mesmo ungiu a todos os salvos, sem exceção! Qualquer outra coisa, não passa de invenção humana.
Todos os crentes, sem exceção, estão "EM CRISTO". Esta é a posição de todos os crentes: estamos todos "em Cristo". Lideres estão "em Cristo", da mesma maneira que as ovelhas estão "em Cristo". Não existe nenhuma diferença posicional entre os crentes. O que existe são funções diferentes. E a função daqueles encarregados de cuidar do rebanho de Deus é descrita como a de alguém que cuida de ovelhas (Que tem o dom de pastor); como  um ancião que possui maturidade espiritual para ensinar, admoestar e exortar (presbítero) e como alguém que possui a função de supervisionar o rebanho de Deus (bispo). Como pode se perceber com facilidade as expressões, pastor, presbítero, bispo e ancião, são meras descritoras das funções que precisam ser executadas e não fazem nenhuma referência a algum tipo de hierarquia na Igreja dos Ungidos do Senhor! Os termos usados no N.T para pastor, presbítero, ancião e bispo não descrevem ofícios e sim funções que precisam ser desempenhadas por aqueles chamados para cuidar do povo de Deus.
As vezes ficamos a perguntar por que as igrejas vão mal e estão tão enfermas. A resposta não é a existência de demônios, inimigos da cruz nem em "irmãos insubmissos". A resposta para muitos dos males que existem na igreja  passa pela qualidade da liderança. Passa pela triste constatação de que Presbíteros, Pastores, Bispos e ou anciãos, não estão preocupados com o Povo de Deus e sim com seus próprios interesses.
Precisamos entender como verdade bíblica, que não existem pastores e lideres que sejam "ungidos do Senhor" de  forma especial. Precisamos entender, que a simples ovelha, recebeu de Deus a mesma unção que um pastor/lider recebeu. Portanto não se sinta intimidado nem amedrontado diante das ameaças. Pastores são tão mortais quanto nós, mesmo que gostem de pensar de si mesmos mais do que convém (Rom 12:3).
Precisamos compreender que não existe distinção de posição entre o que chamamos crente comum e um pastor/lider. A simples ovelha e o mais "exaltado" dos pastores estão exatamente na mesma posição: ambos estão "em Cristo". Não existe, portanto, nenhuma diferença na posição. Pastores só ocupam posições mais elevadas atrás dos púlpitos, mas nunca no coração de Deus. Todos os crentes estão em uma mesma posição: estamos todos EM CRISTO. (Ef 4:11 – 16).
Ainda necessitamos compreender que a mesma consideração e respeito que você deve ao irmão-pastor é a mesma que deve a todos os outros irmãos. Do mesmo modo, os lideres devem exatamente a mesma consideração e respeito a todos os irmãos, sem exceção e dar outra interpretação para esses textos da palavra de Deus, sem dúvida, seria uma afronta a hermenêutica que é a arte de interpretar textos.
Referencias bíblicas sobre a expressão “Ungido do Senhor”

1 Samuel 24:6;1 Samuel 26:9;1 Samuel 26: 1 Samuel 26:23; 2 Samuel 1:14; 2 Samuel 1:16; 2 Samuel 19:21; Lamentações 4:20; Crônicas 6:42; Salmos 84:9; Salmos 89:38; Salmos 89:51;Salmos 132:10; Habacuque 3:13; 1 Samuel 2:35; Salmos 132:17; 1 Samuel 2:10; 1 Samuel 12:3; 1 Samuel 12:5; 1 Samuel 16:6; 1Samuel 26:11; 2 Samuel 22:51; Salmos 2:2; Salmos 18:50; Salmos 20:6;Salmos 28:8;Isaías 45:1; Atos 4:26 
MdC
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