1ª João 3:7-10
INTRODUÇÃO:
O número dos chamados
“evangélicos” tem crescido como nunca nos últimos dias no Brasil e junto com
esse crescimento, uma diversidade de comportamentos e práticas pecaminosas.
Como você e eu podemos avaliar se esse crescimento é saudável? Como é que
podemos concluir que nossos lideres, nossos irmãos e até nós mesmos somos
cristãos verdadeiros?
É disso que o apóstolo João
trata, ele se ocupa nessa carta em apresentar dois grupos de pessoas:
- Aqueles que praticam a
Justiça (2:29) e
- Aqueles que permanecem no
pecado (3:4-5)
Um
fato interessante e importante nessa carta é que João procura mostrar as
características que identificam os filhos de Deus e as características que
identificam os filhos do diabo. Essa atitude do apóstolo trazia consigo um
aspecto de teste e servia para desmascarar os falsos mestres que
possuíam
aparência de cristãos, porém viviam aespalhar doutrinas que comprometiam a
pureza doutrinária da igreja. Nessa parte da carta, o apóstolo divide a
humanidade em dois grupos:
>
Os que são filhos de Deus e
>
Os que são filhos do diabo.
Ambos
se revelam pelas suas obras. João se propõe a informar algumas características dos
filhos de Deus que contrastam com as dos filhos do diabo. São elas:
I - Os verdadeiros cristãos são imitadores do Senhor (v.7,8). “Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele
que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. Aquele que
pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o
princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do
diabo”.
O
verdadeiro cristão é Justo assim como Deus é Justo. Essa é uma característica
do verdadeiro filho de Deus; Justiça!
Na
época em que João escreveu essa carta, havia
falsos
mestres que afirmavam que a salvação era mediante um conhecimento secreto. Além
disso, esses falsos mestres afirmavam que a vida moral não fazia nenhuma
diferença para Deus e chegavam ao ponto de negar a existência do pecado. Os
crentes, para os quais João escrevia, foram exortados para não serem enganados
por essas pessoas.
O
apóstolo estabelece um contraste marcante entre os filhos de Deus e os filhos
do Diabo:
Quem vive na prática do pecado procede do
Diabo. O Diabo peca porque o pecado faz parte de sua natureza. Ele peca desde o
princípio, logo, as pessoas que pecam como se isso fosse uma coisa natural, são
como o Diabo, sendo assim, são como seus filhos.
Os
filhos de Deus, imitam a Deus. Eles são guiados pela verdade e pelo Espírito
Santo, e, embora sejam tentados e caiam isso não é rotina (não é habitual) em
suas vidas.
Reflexâo: Quem tem sido o nosso referencial de
vida?
Jesus Cristo ou o nosso “eu”? João adverte:
Quando alguém segue os próprios impulsos, está
seguindo o caminho do pecado.
Quando
alguém segue apenas as inclinações da carne, está imitando a Satanás, uma vez
que o ato de pecar para o Diabo é algo natural; Ou seja: faz parte de sua
essência. Seguir as inclinações da carne, da natureza humana, indica quem é o nosso
verdadeiro pai.
II - Os filhos de Deus herdam a
natureza do Pai (v.9). “Todo aquele
que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece
nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido
de Deus”.
O
que permanece nele é a Divina semente. João justifica porque o filho de Deus
não vive na prática do pecado.
1º
Porque ele é nascido de Deus, conf. (1 Jo 2:29).
2º
Porque como nascido de Deus, o filho herda a natureza do Senhor. João mostra
com absoluta clareza quando usa as seguintes palavras: “o que
permanece
nele é a divina semente”. A palavra semente no grego é “sêmem”, a raíz da
palavra espermatozóide.
Quando
uma criança é concebida, as características de seu pai são transmitidas através
do sêmen. Logo, aqueles que foram gerados por Deus herdam suas características
Santas. É por isso que o cristão verdadeiro não mais tolera o pecado, se
entristece quando comete o pecado. É por isso que o autêntico filho de Deus
vive numa luta diária pra não obedecer as suas inclinações. Porque ele herdou
do Senhor a repulsa pelo pecado.
Reflexão: Diante disso, temos que constantemente nos perguntar:
Com quem eu pareço? Para isso, tenho que avaliar minhas ações. Elas têm
revelado alguma semelhança com Cristo? Não há possibilidade de ser uma coisa e
produzir outra. Ninguém pode ser filho de Deus, mas agir como se fosse filho do
Diabo. Tiago escreveu: “Acaso, meus
irmãos, pode a
figueira produzir azeitonas ou a
videira, figos? Tampouco fonte de água salgada pode dar água doce” (Tg 3.12).
III -Os filhos de Deus amam aos seus irmãos (v.10). “Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos
do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele
que não ama a seu irmão.
João,
finalmente, retoma um assunto que ele já havia colocado anteriormente lá em (1ª
Jo 2:7-11) e que será exposto nos próximos versículos - a prática do amor. De
fato, o amor é o resumo dos mandamentos. Paulo escreveu: “Pois estes mandamentos: “Não adulterarás”, “Não matarás”, “Não
furtarás”, “Não cobiçarás”, e qualquer outro mandamento, todos se resumem neste
preceito: “Ame o seu próximo como a si mesmo”. O amor não pratica o mal contra
o próximo. Portanto, o amor é cumprimento da Lei” (Rm 13.9-10)”.
Reflexão:
O nosso amor tem sido sincero ou temos apenas falado de amor. O amor não é
sentimento,
amor é atitude. Quem ama, faz! Quem ama, cuida! O amor não é apenas discurso,
amemos de fato e de verdade.
Conclusão:
O
verdadeiro filho de Deus tem descrições muito patentes na Palavra de Deus. João
nos fornece algumas delas:
Os
filhos de Deus são imitadores do Senhor,
Herdam
a natureza do Pai, e
Amam
aos seus irmãos (v.10).
Que
Deus ajude cada um a refletir sobre essas verdades e que sejamos não meros
religiosos, pelo contrário, que sejamos autênticos filhos de Deus e que essa
condição seja demonstrada por meio de frutos.
Conforme
o texto estudado, não existe cristão que não seja praticante. O que existe são
pessoas enganando a si mesmas. Seja um cristão praticante e não um mero professo,
enganando se a si mesmo.
MdC