domingo, 12 de outubro de 2014

ESMOLAS OU ESTOLAS?




1 Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste.
2 Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. 3 Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita; 4 para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará
Mateus 6:1-4

Vivemos em uma sociedade aonde o ser humano busca, a todo custo, de todas as formas, a exaltação, o destaque em meio à sociedade, em meio àqueles que o cercam. Vemos esta busca acontecer em toda a esfera da vida, seja em família, no trabalho, na escola, no lazer e até mesmo dentro do contexto religioso.
Jesus, nosso Senhor e Salvador, o Filho de Deus, o Rei dos Reis, o Senhor dos Senhores, o Príncipe da Paz, o Pai da Eternidade, o Messias, o Emanuel, o próprio Deus encarnado, que mesmo com todo o Seu poder, atributos ou qualquer outro título ou adjetivo que possamos usar para qualificá-lO, em Seu ministério jamais utilizou de auto-exaltação, e nunca mostrou-se jactancioso, querendo valer-se de Sua glória. Em tudo que fez, exaltou e glorificou a Deus Pai, vivendo como um servo, em uma humildade ímpar.
Hoje, o que vemos em particular no contexto religioso, especialmente na igreja, são pessoas que se apresentam como cristãs, mas fazem de seus atos dentro da comunidade, ferramentas para sua exaltação, exibindo-se como atores de um teatro, e em tremenda soberba, sejam glorificados, aclamados por aqueles que os cercam. Mais vergonhoso ainda é quando vemos líderes religiosos, ali do púlpito, orientar o rebanho sob seu cuidado e responsabilidade, a agir de forma bizarra, mostrando com todo o alarde o que fazem, confrontando, com este comportamento, a orientação dada por nosso mestre, Jesus Cristo.
Quando fazemos qualquer coisa que consideramos justa, Jesus nos orienta para que não façamos para sermos vistos pelos outros, pois muitos realizam ações caridosas para serem vistos pelos outros e o nosso Salvador aqui não condena a atitude mas sim a motivação. Não devemos fazer estes atos procurando reconhecimento humano pois se assim agimos buscamos a glória entre os seres humanos, algo sem nenhum valor, atitude hipócrita, que nos afasta de Deus, pois é evidente neste comportamento a ausência do amor verdadeiro, amor que deve permear todo o nosso viver, cada uma de nossas atitudes, ( 1Co 13).
No texto bíblico em questão, vemos Jesus denominar, sem rodeios, os que dessa forma procedem, chamando-os de hipócritas, esclarecendo até mesmo que já receberam a sua recompensa. A única recompensa destes é a reputação que ganham enquanto estão na terra, sendo o seu único galardão, pois Deus não recompensará a hipocrisia.
Jesus usa ainda o exemplo do nosso próprio corpo, dizendo o que uma parte fizer a outra parte deve ignorar. Parece-nos algo ilógico, sem sentido pois quando pensamos em nosso corpo, ele está sincronizado, há um equilíbrio, é a própria saúde. Mas aqui, quando oMestre usa o exemplo do corpo, nos traz a ideia da igreja, o Corpo de Cristo, da qual Ele é o cabeça, e portanto devemos seguir o Seu exemplo de humildade e servidão, bem como a clara e salvadora orientação das Sagradas Letras. O bem que fizermos façamos em secreto, para o Pai e não para nossa exaltação.
Concluo dizendo que este contexto não deve ser interpretado para a proibição de qualquer oferta, pois sabemos que é praticamente impossível sempre fazermos nossas ofertas anonimamente. Mas que não sejamos descarados, hipócritas, fariseus pós-modernos ofertando para nossa exaltação. Pensemos de forma sensata: o que tem nos motivado a ofertar? Lembrando que tudo que tudo que temos e possuímos é fruto da graça e misericórdia divinas e portanto que fazemos deve ser tão somente para glória de Deus.
MdC

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