terça-feira, 8 de setembro de 2015

Comunhão ou como um cão?

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COMUNHÃO OU COMO UM CÃO?
Até pouco tempo atrás, tínhamos em família, em nossa casa, um cachorro de estimação. Ele era muito ativo, muito amoroso, muito bem cuidado e motivo de vários momentos de alegria e muita brincadeira. Exigia também uma demanda exclusiva de tempo, para passeios matutinos e vespertinos, e gastos, até meio salgados, para mantê-lo saudável e a casa arrumada.
Ele ficava muito sozinho em casa, pois cada membro da família tinha sua agenda diária, no trabalho, na escola, no estágio; bem, cada um tinha seus afazeres.
Percebia que a cada dia ficava mais triste quando estávamos saindo e com o tempo, desenvolveu um quadro de autoflagelação, através de lambidas excessivas, além de um prurido intenso e portanto apresentou feridas em todo o corpo, chegando até a mesmo a usar um colar para autoproteção. Este comportamento, que passou a doença, gerou gastos pesados, estresse em e até conflitos, pois a casa se transformou em um mar de pelos.
Então, eu e minha esposa, decidimos doá-lo a um casal colega de trabalho. Escolhemos estas pessoas, pois sabíamos que tinham outros cães e eram muito cuidadosos e responsáveis.
A doação foi algo bem emocionante, mas após algum tempo todos aceitaram e o cão se foi.
Fazíamos e ainda fazemos contato com os atuais cuidadores, que nos enviam notícias frequentes e até mesmo já o trouxeram para uma visita.
As notícias que eram enviadas sempre foram boas e foram melhorando dia após dia, com relato de regressão das feridas, melhora do comportamento e enfim a retirada do colar para autoproteção.
Mas porque escrevo sobre isto e em que tal fato pode interessar outras pessoas?
A Palavra de Deus, principalmente em contextos do Novo Testamento, reforça a importância de estarmos sempre com outras pessoas. É claro que a Bíblia Sagrada também fala de momentos em que devemos estar sós, em oração, ao nosso Pai Celeste, mas a vida em comum é ímpar na construção de todo ser humano. Se pensarmos desde nossa família nuclear, e então nós estendermos a outros parentes, colegas de escola, do trabalho, vizinhos, chegando até o contexto da igreja, veremos nossas vidas como realmente são: sistêmicas e complexas.
Em cada sistema citado, desempenhamos um papel, temos comportamentos peculiares, influenciamos e somos influenciados. Aprendemos a dividir espaço, a atenção, a responsabilidade, o trabalho, o amor.
Mas sejamos realistas e sinceros; nos sentimos melhor com aqueles que tenham as mesmas ideias, os mesmos objetivos, os mesmos valores. E foi exatamente isso que todo o relato sobre o meu cão me mostrou. Mesmo sendo um animal irracional, não podendo de forma ser comparado ao ser humano, a partir do momento que ficou entre os seus pares, houve mudança na qualidade de vida. Quando estamos juntos àqueles que partilham da mesma fé, a mesma concepção de vida, conseguimos evoluir e sermos satisfeitos e assim salgar e iluminar aonde estivermos.
Os atuais cuidadores do meu cão relatam que às vezes há rixas entre os cães, por conta do cio das fêmeas, da ração, da atenção dos seres humanos. É isto também me ensina que, entre nós, cristãos, também haverá discussões, ideias diferentes, e infelizmente em alguns momentos, caminhamos para rixas, brigas, facções. Mas é aí então que, neste contexto da comunhão, podemos, como templos do Espírito Santo, saborear o seu fruto, composto por nove ítens essenciais à nossa existência, (Gl5:22-23).
É neste contexto que progressivamente somos santificados para que assim possamos chegar à unidade da fé e pleno conhecimento do Filho do Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, (Ef4:13).
Portanto, entendamos que somos únicos, ímpares, mesmo em comunhão. Existirão diferenças pois não somos clones. Somos criaturas, criadas à imagem e semelhança do Criador, com o nosso livre arbítrio, mas com a responsabilidade sobre nossas ações.
Entendamos que todos pecamos, todos somos espiritualmente falhos, e sem Deus nada somos e nada podemos fazer. Lembremo-nos sempre da palavra de Jesus: " os sãos não precisam de médico, e sim os doentes, não vim chamar justos, e sim pecadores." (Mc2:17)
Então serão estes que encontraremos na igreja e vamos exercer a comunhão.
Assim precisamos valorizar a igreja, a verdadeira comunhão, entendendo nossas diferenças, e nossa igualdade diante de Deus Pai, buscando ser sal da terra e luz do mundo, buscando saúde espiritual, tendo no coração o verdadeiro objetivo de tão somente glorificar a Deus.
A Deus somente seja toda a glória.
MDC

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