quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

ROMANOS 9:6-18 Versículo a versículo

ROMANOS 9:6-18
Versículo a versículo


VERSO 6. Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas;

“a palavra de Deus” – Neste contexto esta frase se refere às promessas da aliança do VT. As promessas de Deus são firmes (Nm 23.19; Is 40.8; 55.11; 59.21).
“haja faltado”
ARC “não que haja faltado”
ARA “não pensemos que a palavra de Deus haja falhado”
NTLH “não estou dizendo que a palavra de Deus tenha falhado”
BV “as promessas... ficaram sem valor?”
BJ “não é que a palavra de Deus tenha falhado”
Esta expressão (ekpiptō) foi usada na Septuaginta diversas vezes para referir-se à falha de algo (Is6.13) ou de alguém (Is 14.12).
É um INDICATIVO ATIVO PERFEITO, o que denota um estado do ser que tem resultados duradouros (mas isso é negado).
“porque nem todos os que são de Israel são israelitas”

ARC “porque nem todos os que são de Israel são israelitas”
ARA “porque nem todos os que são de Israel são, de fato, israelitas”
NTLH “nem todos os israelitas fazem parte do povo de Deus”
BV “os que vêm a Ele. Estes são verdadeiramente o seu povo.”
BJ “porque nem todos os que descendem de Israel são Israel”
O significado desta declaração paradoxal mexe com os diferentes significados bíblicos do termo
“Israel”:
(1) Israel, significando os descendentes de Jacó (Gn 32.22-32);
(2) Israel, significando o povo
eleito de Deus;
(3) Israel como povo espiritual, significando a Igreja (Gl 6.16; 1 Pe 2.8,9; Ap 1.6), em comparação ao Israel natural (vv. 3-6). Nem mesmo os judeus se mantiveram justos diante de Deus com base apenas na sua linhagem (v. 7), mas sim baseados na sua fé (2.28-29; 4.1 segs.; Jo 8.31-59; Gl 3.7-9; 4.23). Foi o remanescente crente que recebeu as promessas de Deus e andou nelas pela fé (9.27; 11.5).
O verso 6 começa uma série de supostas objeções (9.14,19,30; 11.1), continuando o formato paulino das diatribes, que transmitem a verdade por meio de um suposto opositor:
(Ml 1.2,6,7 [duas vezes],
12,13;2.14,17 [duas vezes];
3.7,13,14).
VERSO 7. Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.

A segunda metade deste versículo é a citação de Gn 21.12. Nem todos os filhos de Abraão eram filhos do pacto e da promessa de Deus (Gn 12.1-3; 15.1-11; 17.1-21; 18.1-15; Gl 4.23). Isto mostra a distinção entre Ismael e Isaque, nos vv. 8-9, e entre Jacó e Esaú, nos vv. 10-11.
VERSO 8. Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.

Aqui Paulo está usando o termo “carne” para referir-se à descendência nacional (1.3; 4.1; 9.3,5). Está contrastando os filhos naturais de Abraão (os judeus de 9.3) com os filhos espirituais de Abraão (filhos da promessa; aqueles que confiariam pela fé no Messias prometido de Deus). Este não é o mesmo contraste de 8.4-11, a humanidade caída contra a humanidade remida.
VERSO 9. Porque a palavra da promessa é esta: Por este tempo virei, e Sara terá um filho.

Esta é uma citação de Gênesis 18.10,14. A criança prometida (“a semente”) viria de Sara, por iniciativa de Deus e no futuro resultaria no nascimento do Messias. Isaque foi o cumprimento especial da promessa de Deus a Abraão em Gn 12.1-3, treze anos antes.
VERSO 10. E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai;

As esposas de Abraão, Isaque e Jacó eram estéreis. Não podiam engravidar. A incapacidade delas de ter filhos era um dos meios para Deus mostrar que Ele estava no controle do pacto e das promessas para a linhagem messiânica.
A outra forma é que a verdadeira linhagem messiânica nunca procede do filho mais velho dos patriarcas (como era esperado naquela cultura). A chave é a escolha de Deus (vv. 11-12).
VERSO 11-12. Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama),12. Foi-lhe dito a ela: O maior servirá ao menor.

Os versículos 11 e 12 formam uma sentença em grego e são um relato tirado de Gn 25.19-34.
Este exemplo é usado para provar que foi escolha de Deus (v. 16), E não:
(1) linhagem humana,
(2)mérito ou realizações humanas (v. 16).
Este é o coração do evangelho, o novo pacto (Jr 31.31-34; Ez 36.22-36). Contudo, precisa ser lembrado que a escolha de Deus não significou exclusão, mas inclusão!
O Messias viria de uma semente seleta, mas viria para todos (que exercessem fé, cf. capítulo 10 vai nos ensinar).
9.11 “propósito” – Este é um termo composto de pro mais tithēmi, que tem diversos sentidos.
1. Em Rm 3.25:
a. Estabelecido publicamente;
b. Dom propiciatório.
2. Planejado de antemão:
a. Por Paulo (Rm 1.13);
b. Por Deus (Ef 1.9).
A forma SUBSTANTIVA (prothesis), usada neste texto, significa “pré-estabelecer”:
1.Referindo-se ao pão da proposição no Templo (Mt 12.4; Mc 2.26; Lc 6.4);
2.Referindo-se ao propósito redentor predeterminado de Deus (Rm 8.28; 9.11; Ef 1.5,11; 3.10; 2Tm 1.9; 3.10).
Paulo usa diversos termos compostos com a preposição pro (antes), nos capítulos 8 e 9 de Romanos e em Efésios capítulo 1: OBSERVE:
1. proginōskō – conhecido previamente (Rm 8.29);
2. proorizō – designado de antemão (Rm 8.29; Ef 1.5,11,30; Ef 1.9);
3. prothesis – propósito predeterminado (Rm 9.11);
4. proetoimazō – prefaciado antecipadamente (Rm 9.23);
5. prolegō – dito previamente (Rm 9.29);
6. proelpizō – esperado antecipadamente (Ef 1.12).
O Verso 12 é uma citação da profecia de Gn 25.23 relativa a Esaú e Jacó e mostra que Rebeca e Jacó atuaram de acordo com a profecia, não por ganância pessoal, em enganar Isaque a respeito da bênção!
VERSO 13. Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú.

“mas aborreci a Esaú” – Esta é uma citação de Ml 1.2-3. “Aborrecer” é uma expressão idiomática hebraica comparativa. Ela soa dura em nossa língua, mas compare Gn 29.31-33; Dt 21.15; Mt 10.37-38; Lc 14.26; e Jo 12.25. Os termos antropomórficos “amor” e “ódio” não estão descrevendo as emoções de Deus em relação a esses indivíduos, mas ao Seu comprometimento com a promessa e a linhagem messiânica.
Jacó era o filho da promessa, com base na profecia de Gn 25.23.
Esaú, em Ml 1.2-3, se referia à nação de Edom (os descendentes de Esaú).
VERSO 14. Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma.

Paulo usa freqüentemente esta forma de diatribe (3.5; 4.1; 6.1; 7.7; 8.31; 9.14,19,30).
“Que há injustiça da parte de Deus?” – Como Deus pode atribuir responsabilidade aos seres humanos, se a soberania de Deus é o fator decisivo (v. 19)?
Esse é o grande mistério da eleição. A chave para compreensão neste contexto é: Deus é livre para fazer o que quer com a humanidade (que é uma humanidade rebelde), CONTUDO a soberania de Deus é expressa em misericórdia (Ver nota no v. 15), não em poder ou brutalidade.
Também pode ser declarado que as escolhas soberanas de Deus não são baseadas no conhecimento prévio das futuras escolhas e ações humanas. Se fosse, as escolhas e ações e méritos individuais seriam a base final para a escolha de Deus (v. 16; 1 Pe 1.2).
Por trás dessa idéia está o tradicional ponto-de-vista dos judeus a respeito da prosperidade do justo (Dt 27-28; Jó e Sl 73). Mas Deus escolhe abençoar mesmo os indignos através da fé (não das obras). Deus sabe todas as coisas, mas escolheu limitar Sua escolha:
(1) em misericórdia e
(2) em promessa.
Há a necessidade de uma resposta humana, mas ela segue e finalmente confirma a escolha eletiva de Deus como transformadora de vida.
“De maneira nenhuma!” – Esta é uma FORMA OPTATIVA rara (em grego e em inglês), mas era
freqüentemente usada por Paulo para uma negação enfática, normalmente negando as objeções do seu oponente diatríbico (3.4,6,31; 6.2,15; 7.7,13; 11.1,11; ver também 1Co 6.15; Gl 2.17; 3.21; 6.14).
VERSO 15. Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.

Esta é uma citação de Ex 33.19. Deus é livre para agir de acordo com Seus propósitos redentivos.
Mesmo Moisés não mereceu a bênção de Deus (Ex 33.20). A chave é que Suas escolhas são em misericórdia (vv. 16,18-23; 11.30,31,32).
VERSO 16. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.
“misericórdia” ainda vs 15 – Esta palavra (eleos) é usada na Septuaginta (LXX) para traduzir o termo especial hebraico hesed, que significava “lealdade firme, de aliança” (vv. 15,16,18,23; 11.30,31,32). A misericórdia e a eleição de Deus são plurais, coletivas (dos judeus [em Isaque], não dos árabes [em Ismael]; de Israel [Jacó], não de Edom [Esaú], mas dos crentes judeus e dos crentes gentios, cf. v. 24), bem como dos indivíduos.
Esta verdade é uma das chaves para descobrir o mistério da doutrina da predestinação (redenção universal). A outra chave no contexto dos capítulos 9 a 11 é o caráter imutável de Deus, a Sua misericórdia (9.15,16,18,23; 11.30,31,32), e não na atuação ou obras humanas. A misericórdia através da eleição terminará alcançando a todos os que crêem em Cristo, aquele que abre a porta da fé para todos (5.18-19).
VERSO 17-18 . Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra.18. Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer.

O versículo 17 é uma citação de Ex 9.16; o versículo 18 é a conclusão obtida da referida citação.
Está registrado que Faraó endureceu o coração (Ex 8.15,32; 9.34). E está registrado também que
Deus endureceu o coração dele (Ex 4.21; 7.3; 9.12; 10.20,27; 11.10). Este exemplo é usado para mostrar a soberania de Deus
Temos no (v. 18) Paulo dizendo que Faraó é responsável por sua escolha. Deus usa a arrogância e obstinação pessoal do Faraó para cumprir a Sua vontade para Israel (v. 18).
Também note que o propósito das ações de Deus com Faraó foram redentivas e inclusivas na sua abrangência. A intenção delas era:
1. Mostrar o poder de Deus (contra os deuses egípcios);
2. Revelar Deus ao Egito e, por implicação, a toda a terra (v. 17).
O pensamento ocidental (americano) magnífica o indivíduo, mas o pensamento oriental focaliza a
necessidade de ver o aspecto coletivo. Deus usou Faraó para revelar a Si mesmo para um mundo necessitado e fará o mesmo com o Israel incrédulo (capítulo 11). Neste contexto, os direitos do indivíduo (ou de grupos pequenos) diminuem, à luz da necessidade coletiva. Vale lembrar os exemplos de tratamento pelo interesse coletivo maior, no VT:
1. Os primeiros filhos de Jó morreram depois da discussão de Deus com Satanás (Jó 1-2);
2. Os soldados de Israel morreram por causa do pecado de Acã (Js 7);
3. O primeiro filho de Davi com Batseba morreu por causa do pecado de Davi (2 Sm 12.15).
Todos somos afetados pelas escolhas e decisões de outros. Este aspecto corporativo pode ser visto no NT, em Rm 5.12-21.

FONTE DE PESQUISA
Biblia sagrada
Comentário biblico popular
facts bible
freebiblecommentary

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