SACERDÓCIO UNIVERSAL DO CRENTE
Lemos que no AT a Lei de Moisés separou a tribo de Levi e a
família de Arão para serem os sacerdotes da Nação. Estes homens usavam vestes
diferentes, tinham privilégios especiais e constituíam uma casta a parte, entre
Deus e a congregação de Israel. Só eles podiam entrar no lugar santo e oferecer
os sacrifícios prescritos pela Lei.
Quando voltamos nossa atenção para o Novo testamento
descobrimos que no Cristianismo é tudo diferente. Lemos
sobre o apóstolo Pedro ensinando que todos os crentes são sacerdotes do Deus
altíssimo. Observe:
"Vós
também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo
para oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo"
(1ª Pedro 2:5).
"Mas
vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido,
para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a Sua
maravilhosa luz" (1ª Pedro 2:9).
Temos
também João fazendo menção ao mesmo fato em (Ap 1:5-6)
"Àquele
que nos ama, e em Seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e
sacerdotes para Deus e Seu Pai; a Ele glória e poder para todo o sempre.
Amém".
Afirmar
que existe outro tipo de sacerdócio ou defender uma classe distinta dentro da
igreja do Senhor como sendo uma casta diferenciada para o sacerdócio, não tem
base alguma na Palavra de Deus; Essa afirmação seria meramente humana e ou em
tradições humanas.
O dever do sacerdote
desde o tempo do A.T é oferecer sacrifícios. No Velho Testamento os sacrifícios
consistiam em animais imolados, enquanto que na dispensação da igreja, os
sacrifícios dos sacerdotes, que são todos os crentes em Cristo Jesus são:
*
O sacrifício do seu corpo - (Rm.
12:1); não um sacrifício morto, mas "vivo, santo e agradável",
oferecido exclusivamente a Deus.
*
O sacrifício de seus bens materiais -
"Não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque, com tais sacrifícios,
Deus se agrada". (Hb. 13:16).
* O sacrifício de louvor - "Portanto, ofereçamos sempre por Ele, a
Deus, sacrifícios de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o Seu
Nome". (Hb. 13:15).
Estes
sacrifícios podem ser oferecidos, individualmente ou coletivamente.
Quando
olhamos para o modelo de sacerdócio praticado no meio cristão hoje em dia, parodiando
um linguajar do meio futebolístico, o que vemos em sua maioria, é o mesmo
jogador cobrando o escanteio e correndo pra dentro da área pra fazer o gol. Vemos
cristãos sendo privados de liberdade na participação da adoração pública,
privados da liberdade que a palavra de Deus dá para o exercício do sacerdócio
universal.
Recentemente
em visita a um ajuntamento cristão vi um denominado “pastor” fazendo a abertura
do culto, tocando instrumento, dando avisos, fazendo orações, pregando,
cantando e ainda correndo pra chegar a porta do templo pra saudar a todos
pessoalmente; ou seja: cobrando o escanteio e correndo para fazer o gol.
Infelizmente
o SACERDÓCIO UNIVERSAL DE TODO CRENTE foi eliminado e substituído pelos
monótonos serviços regulamentados e orientados dos nossos dias, prática herdada
do romanismo ou judaísmo, que resulta numa multidão de sacerdotes mudos, apenas
ouvintes.
Os
deveres e privilégios dos sacerdotes à luz da bíblia, incluem oração pública, o
testemunho para glória de Deus, o cuidado do povo de Deus, a pregação pública
da palavra de Deus, o ensino público etc. A palavra de Deus em (Rom. 8:14; Gál.
5:18; João 16:13), revela com muita clareza que todos esses deveres devem ser
postos em prática o tempo todo, e não apenas aos domingos. Não se limitam aos
ajuntamentos da Igreja, sejam reuniões de adoração, de estudo bíblico ou de
oração, mas abrangem toda a vida do crente, tanto dentro como fora dos lugares
das reuniões, sejam eles salões, capelas, templos como queiram denominar. De
acordo com o Novo Testamento, todo o povo de Deus é: "um reino sacerdotal e uma
nação santa", (Êxodo 19:6; 1 Pedro 2:5-9).
Embora todos sejamos
sacerdotes, não podemos esquecer que cada crente precisa dum Sacerdote diante
de Deus, MAS não um líder religioso ou eclesiástico que detém todo o poder e
autoridade na condução do culto a Deus. Esta necessidade é plenamente suprida
na pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo. O escritor aos Hebreus apresenta JESUS
CRISTO como o nosso grande Sumo-Sacerdote, que se compadece das nossas
fraquezas, porque em tudo foi tentado como nós, mas sem pecado. (Hb. 4:15).
Se de fato somos apegados a fiel palavra de
Deus precisamos reconhecer o Senhor Jesus
como nosso Grande Sumo-Sacerdote, um sacerdote santo e real. Será isto que
encontramos na cristandade hoje em dia? Pelo contrário, a igreja, na sua
maioria, voltou ao sistema romano-judaico de sacerdotes. Embora os crentes
confessem crer no sacerdócio de todos os crentes, muitas “igrejas” criam um
sacerdócio todo seu, fundamentados, não na palavra de Deus, mas nos seus
regimentos, códigos de condutas, estatutos humanos etc, tornando assim:
a)
Um grupo de homens escolhidos para o Serviço Divino; já há lugares em que nesse
grupo de escolhidos tenha mulheres.
b)
Uma hierarquia eclesiástica com títulos honoríficos que os distingue dos
leigos. Títulos, muitas vezes, emprestados dos dons.
c)
Vestes especiais para indicar que eles pertencem a uma casta diferenciada.
Deus
ainda hoje conclama o Seu povo a separar-se destas práticas e se unirem
simplesmente no Nome do Senhor Jesus em quem encontramos toda a suficiência.
Quando num ajuntamento verdadeiramente cristão todos atuam segundo o ensino bíblico do Novo
Testamento, em relação ao sacerdócio universal, essa igreja será:
·
Uma igreja cheia do Espírito, onde os
seus membros participam regularmente das reuniões de oração;
·
Uma igreja em que todos os membros são
auxiliares práticos e colaboradores dos servos do Senhor na Sua Seara através
do mundo;
·
Haverá atitude e não ativismo na
disseminação do Evangelho.
·
Os membros de tal igreja serão
constrangidos a viver num ambiente de amor, e não de disputas, no qual cada
crente procura ajudar os outros em amor e num espírito de devotada consagração,
estimulando-se uns aos outros ao amor e às boas obras.
Igrejas
que se esforçam por agir de modo bíblico e escriturístico, no que tange ao
sacerdócio universal, seus cultos, reuniões e serviços são dirigidos pelo Espírito
Santo; e os dons distribuídos pelo próprio Senhor, desenvolvidos conforme a
variedade da mesma, em comunhão fraternal e na dependência e liberdade de
Cristo (1ª Cor. 12:4-l1; 14:26); a adoração sacerdotal subirá até ao Santuário
celestial, que é o mais alto privilégio do sacerdócio da Igreja.
Fonte de pesquisa:
Bíblia sagrada,
Comentários de
William MacDonald
MdC
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