terça-feira, 25 de novembro de 2014

Lidando com a Pirataria

  
“Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça e os seus aposentos, sem direito! Que se vale do serviço do seu próximo, sem paga, e não lhe dá o salário.” (Jr. 22:13)
Vivemos em uma sociedade consumista, centrada em ter, esquecendo-se totalmente do ser. Vivemos em uma sociedade em que o melhor é levar vantagem em tudo, certo? É a famosa lei de Gérson, que talvez os mais jovens nem tenham conhecimento. É a sociedade pós- moderna que se esqueceu de valores éticos e morais, centralizando-se em uma auto-exaltação, um egoísmo tremendo, que faz com que nos lembremos da vida social, do outro, tão somente quando ele pode ser uma fonte de lucro, seja financeiro, seja social.
Essa ideia tem feito com que não hajam mais limites associados ao caráter, a uma visão mais ampla da vida, não percebendo que tudo quanto fazemos ou deixamos de fazer, afeta os que estão à nossa volta, tanto de forma positiva quanto negativa. Não devemos mais satisfação à ninguém quanto ao nosso comportamento, seja em família, na escola, no trabalho, na praia, na rua, em uma viagem, ou até mesmo na congregação.
Um grande problema envolvendo tais valores é a questão da pirataria. A expressão “Pirataria” era tecnicamente usada para designar a pilhagem que se faziam nos navios que transportavam mercadorias. Como qualquer outra palavra, o termo “Pirataria” é usado sociamente de maneira bastante livre, sem muita preocupação com a precisão ou mesmo com a coerência.
Numa visão geral, são vistos como “pirataria” o adiquirir ou copiar fitas K7 ou VHS, CDs ou DVDs, aparelhos eletrônicos, pilhas, jogos, livros, remédios, cosméticos, recursos biológicos, brinquedos, roupas, óculos, tênis, relógio, hackers ou crackers, sem que tenha havido a prévia autorização do direito autoral.
Na realidade, para podermos fazer isto com uma consciência limpa, reduzimos o que chamamos de “pirataria” a esta pequena gama de coisas e nos esquecemos que é um universo imenso. OU SEJA: É a abrangência de todas as áreas de nossas vidas, é tudo que fazemos, deixando de lado, à questão da legalidade
Nos esquecemos muitas vezes que contratamos transporte urbano ou interestadual ilegal, esquecemos que  moramos em casas em que o terreno é ilegal, não possui escritura, não é reconhecido pelo estado como uma área de moradia. Nos esquecemos que muitas vezes avançamos a cerca ou grade de nossas casas sem o aval da autoridade competente, por isso fazemos na calada da noite. Nos esquecemos do que deixamos de declarar ou declaramos a mais no imposto de renda, burlando o estado de forma grotesca. Nos esquecemos que fazemos viagens ao exterior e dali trazemos muito além do permitido por lei, para então revendermos e assim ganharmos um pouco mais de dinheiro e perdermos mais e mais de nossa dignidade.
Trazendo tal situação para o contexto da noiva de Cristo, a igreja, não observamos nada de diferente daquilo que vemos no mundo secular, ou quem sabe algo bem pior, pois há um predomínio da hipocrisia, impulsionada pela ganância, que leva pessoas que professam a fé em Cristo, mas quando no mundo vivem de negociatas o tempo todo, sendo tristeza para o Espírito Santo e vergonha para Deus.
Vejo que tal comportamento pode ser fruto do desconhecimento das Sagradas Letras, anunciado por Jesus aos mestres da lei, pois a estes disse: " errais por não conhecer as Escrituras" (Mateus 22:29) Um desconhecimento das citações do nosso Mestre e seus apóstolos sobre o amor ao dinheiro, que nosso coração e nosso tesouro estão em um mesmo lugar(Mateus 6:21), que não podemos servir a dois senhores (Mateus 6;24), que não podemos dizer que somos servos de Cristo e sermos amigos do mundo, que não há comunhão entre luz e trevas, que não devemos andar ansiosos, mas buscarmos primeiro a Deus e a sua justiça e todas as coisas nos serão acrescentadas (Mateus 6:33). Nos esquecemos que Jesus resumiu toda a lei em amarmos a Deus sobre as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos.
Então como podemos nos comportar assim, ganhando o mundo inteiro mas perdendo as nossas almas (Mateus 16:26), saindo da luz e mergulhando nas trevas?
Existem dois textos bíblicos que me falam de forma clara sobre esta questão. O primeiro é o encontro do jovem rico com Jesus, quando então o Salvador pede que o jovem deixe todas as suas riquezas, os seus bens materiais e O siga, e tristemente o jovem O abandona. O segundo, envolve a questão em que Jesus é questionado sobre o pagamento de impostos a César. E o Mestre mostrando o que já era bem evidente pergunta-lhes de quem era a imagem presente na moeda, respondem ser a de César, então ouvindo de Cristo: " dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". Deus não quer o nosso dinheiro, nossos bens materiais, mas quer de cada um de nós, um coração sincero, arrependido, em total submissão a Ele.
Deus não precisa de nós para nada. Tudo que nosso Pai Celeste fez, faz e fará é simplesmente por amor. Não há nenhum outro motivo. Deus ama o que criou, viu que tudo era muito bom, e ainda é, pois não quer que ninguém se perca, por isso deu o Seu único filho para morrer em nosso lugar, nos resgatando da morte para a vida, e vida eterna.
Portanto pensemos como temos vivido, como tem sido nosso comportamento, nosso testemunho em todas as áreas de nossas vidas, em todos os contextos.
Que possamos amar a Deus em primeiro lugar e ao nosso próximo como a nós mesmos, sendo alegres no Senhor, usufruindo da Sua paz e não da paz do mundo; sendo pacientes esperando a vontade divina, sendo benignos e bondosos com todos, fiéis a Cristo, que se deu por nós, caminhando mansamente demonstrando domínio próprio, pois este é o fruto do Espírito que habita em todo cristão verdadeiro.
A Deus somente seja toda a glória.


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