Lemos no A.T que a Lei de Moisés separou a tribo de Levi e a
família de Arão para serem os sacerdotes da Nação. Estes homens usavam vestes
diferentes, tinham privilégios especiais e constituíam uma casta a parte, entre
Deus e a congregação de Israel. Só eles podiam entrar no lugar santo e oferecer
os sacrifícios prescritos pela Lei.
Vivemos numa dispensação onde todos os crentes são
sacerdotes, conforme se pode observar em todo o Novo Testamento.
Observe:
a) "Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa
espiritual e sacerdócio santo para oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis
a Deus por Jesus Cristo" (1 Pedro 2:5).
b) "Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a
nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos
chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz" (1 Pedro 2:9).
c) "Àquele que nos ama, e em Seu sangue nos lavou dos
nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e Seu Pai; a Ele glória e
poder para todo o sempre. Amém" (Apoc. 1: 5-6).
A idéia de se ter no contexto da igreja uma casta de
sacerdotes, com poderes exclusivo, para realizar determinados serviços é uma
pratica copiada pela igreja católica apostólica romana do judaísmo e que com o
passar dos tempos fora incorporada também por grande parte do segmento cristão
evangélico, porém, vale ressaltar que não se encontra apoio
bíblico-escrituristico para ostentar a prática de sacerdócio único na igreja do
Sr. Jesus Cristo. Práticas tais como: Dirigente para a ceia do Senhor ou o
partir do pão, batismos, casamentos, culto fúnebre etc, etc, etc...
O Dr. C. I. Scofield escreveu sobre o tema : "Podemos afirmar
seguramente que os judaizantes da Igreja. só por si, têm impedido o seu
progresso, pervertendo sua missão e destruído a sua espiritualidade em maior
escala do que todos os outros males juntos. Em vez de andar no caminho da
separação do mundo, e seguir o Senhor segundo a sua vocação celestial, a Igreja
tem usado passagens das Escrituras, que só dizem respeito aos Judeus, para
justificar a sua adaptação à presente civilização, a aquisição de fortunas
fabulosas, a construção de templos magníficos, a divisão em clérigos e leigos
dos que são iguais na fraternidade Cristã".
O dever do sacerdote é oferecer sacrifícios. No tempo do A.T
os sacrifícios consistiam em animais imolados. Nesta Dispensação da Graça ou
também chamada dispensação da Igreja, contudo, os sacrifícios dos crentes são:
a) O sacrifício do seu corpo (Rm 12:1); não um sacrifício
morto, mas "vivo, santo e agradável", oferecido exclusivamente a
Deus.
b) O sacrifício de bens materiais. "Não vos esqueçais da
beneficência e comunicação, porque, com tais sacrifícios, Deus se agrada"
(Hb 13:16).
c) O sacrifício de louvor. "Portanto, ofereçamos sempre
por Ele, a Deus, sacrifícios de louvor, isto é, o fruto dos lábios que
confessam o Seu Nome" (Hb 13:15).
Em nossos dias o serviço do verdadeiro sacerdote foi
praticamente eliminado e substituído pelos monótonos serviços regulamentados.
Disto resulta uma multidão de sacerdotes mudos – um estado de coisas ignorado
nas Escrituras.
Apesar de todos os crentes serem sacerdotes, o fato é que
cada crente precisa dum Sacerdote diante de Deus. Esta necessidade é suprida
plenamente no Senhor Jesus Cristo. A Epístola aos Hebreus apresenta o Sr. Jesus
Cristo como o nosso grande Sumo-Sacerdote, que se compadece das nossas
fraquezas, porque em tudo foi tentado como nós, mas sem pecado. (Hb 4:15).
Cada igreja precisa
reconhecer o Senhor Jesus como seu Grande Sumo-Sacerdote e, em cada crente, um
sacerdote santo e real.
Infelizmente não é isto o que temos encontrado hoje em dia;
Ao contrário, a igreja, na sua maioria, voltou ao sistema judaico de sacerdotes.
Apesar dos crentes dizerem que crêem no
sacerdócio de todos os crentes, muitas denominações estabeleceram um sacerdócio
todo seu, baseado em parte no sistema mosaico. Assim o que vemos hoje é:
a) Um homem escolhido para o Serviço Divino;
b) Uma hierarquia eclesiástica com títulos honoríficos que os
distingue dos leigos;
c) Vestes especiais para indicar que eles pertencem a uma
ordem diferente.
Se todos os verdadeiros cristãos passarem a viver segundo o
ensino do Novo Testamento, em relação ao sacerdócio de todos os crentes, essa
igreja será:
Uma igreja cheia do Espírito Santo, onde os seus membros
assistem regularmente aos cultos de oração; uma igreja em que todos os membros
são auxiliares práticos e colaboradores dos servos do Senhor na Sua Seara
através do mundo; haverá atividade e não
ativismo na disseminação do Evangelho.
Certamente os membros de tal igreja serão constrangidos a
viver num ambiente afável, no qual cada crente procura ajudar os outros em amor
e num espírito de devotada consagração, estimularão uns aos outros ao amor e ás
boas obras.
Uma Igreja que vive de acordo com o ensino do Novo testamento
é uma igreja cheia do Espírito Santo e os seus cultos e serviços são dirigidos
pelo Espírito Santo; e os dons do Espírito, distribuídos pelo próprio Senhor,
serão desenvolvidos conforme a variedade da mesma, em comunhão fraternal e na
dependência e liberdade de Cristo (1 Co 12:4-l1; 14:26). E quando a igreja se
reúne em volta da mesa do Senhor para O louvar e adorar pelo Seu sacrifício no
Gólgota, a adoração do(s) sacerdote(s) subirá até ao Santuário celestial, que é
o mais alto privilégio do sacerdócio da Igreja.
Que sejamos assim, para a glória de Deus.
Texto de William Macdonald
Adaptado por M.d.C
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