sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Assemelhando-se a Cristo

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Filipenses 3:4-19

INTRODUÇÃO: Como é que o crente se torna mais semelhante a Jesus Cristo? O que é que você, eu, cada um de nós estamos fazendo a esse respeito?
Os cristãos confrontam-se com dois grandes problemas neste aspecto de suas vidas.
Primeiro: Alguns acreditam que podem, na verdade, tornar-se semelhantes a Cristo nesta vida, isto é, chegarem a um estado de perfeição.
Segundo: Há crentes que, buscando alcançar a maturida­de instantânea, tentam todos os tipos de vias de acesso automáticas.
Vejamos o que Paulo pensa sobre o "tomar-se semelhantes a Cristo.
Paulo começa falando da:
I – Sua experiência Passada (versos 4-6)
Paulo parecia dizer: "Se vocês desejam um bom exemplo da perspectiva da religião centralizada no
homem, olhem para mim! É como tivesse a dizer: Desafio a qualquer pessoa a medir-se comigo tanto em herança quanto em realizações!"
1. Sua herança religiosa - "Circuncidado ao oitavo dia". Ou seja: cumpridor da lei Mosaica (Levítico 12:3). Além disso,
"Da linhagem de Israel". Ele não era prosélito, não era convertido ao Judaísmo; ele fazia parte da raça escolhida por nasci­mento.
"Da tribo de Benjamim" Uma tribo altamente respeitada em Israel por causa de sua inusitada fidelidade à lei de Deus. O primeiro rei de Israel, Saul, também foi benjamita.
"Tudo isso", disse Paulo, "é meu por herança." Ele nada havia feito para merecê-lo. Ele simplesmente recebeu esta posição pelo fato de ter nascido numa raça e família religiosa.
2. Suas realizações religiosas - Paulo não era um hebreu comum, mas "hebreu de hebreus". Havia dado o duro para chegar a ser um afamado erudito, um homem de letras e de alta cultura. Ele falava hebraico e aramaico, um sinal de distinção em
Israel. Saulo de Tarso tinha proeminência sobre seus pares na estatura religiosa, era fariseu, o que representava a seita mais conservadora do Judaísmo.
II – Sua experiência Presente (Versos 7-11) Quando Paulo se converteu, sua experiência religiosa e mensagem passaram da centralização no homem para a centralização em Cristo. Ele passa descrever seu relacionamento com Deus.
1.  Sua visão do passado - Para ele tudo fora uma perda total. Ele considerava toda a sua herança e todas as suas realizações "como perda" (Ler 3:8).
Ele não considerava todas as coisas ruins em si mesmas, mas tinha convicção de que impediam seu relacionamento com Deus. Além do que; sua experiência com Cristo era tão maior e tão mais significativa, que ele estava disposto a desistir de tudo:
Sua cidadania, seu status, seus amigos e sua riqueza para ter essa experiência com Cristo.  "Considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Jesus Cristo meu Senhor" (3:8).
2.  Sua nova fonte de justiça - Quando Paulo se converteu, descobriu uma nova fonte de justiça, Diz Paulo: “não a justiça que procede da lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé" (Filipenses 3:9). Esta é claro, a verdadeira justiça porque, disse Paulo ao escrever aos Gálatas "por obras da lei ninguém será justificado" (Gálatas 2:16).
3.  Seus novos alvos para a vida - Paulo veio a conhecer a Cristo mediante a experiência inicial de salvação, mas "conhecer a Cristo" também é uma experiência contínua e crescente. O apóstolo conclui dizendo: "Para o conhecer e o poder da sua
ressurreição e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte; para de algum modo alcançar a ressurreição dentre os mortos" (3:10, 11).
III - Seu exemplo pessoal (Versos 12-14)
1. Ainda não completei minha experiência cristã Depois de sua conversão, Paulo desistiu de tentar ser justo guardando a lei e partiu para uma nova perspectiva de vida. Tendo descoberto a verdadeira justiça, mediante a fé na morte e ressurreição de Cristo, ele definiu um novo alvo de vida: "conhecer a Cristo". E ele disse:
Ainda não alcancei o alvo. Ainda não me tornei perfeito como Cristo. Mas é meu alvo, mesmo aqui na terra, tornar-me como Cristo, tornar-me no que ele me chamou para ser. Como disse, ainda não o atingi, mas tenho um único desejo: ser como Cristo em todos os aspectos da vida.
2.  Não olho para minha experiência anterior - Não permito que meu passado me detenha. Pelo contrário, sigo a toda velocidade para frente, para o alvo. Quando Cristo me chamar para o lar no céu, receberei o prêmio: serei como Cristo.
3. Contínuo a olhar e a dirigir-me para o alvo da maturidade cristã – Note o exemplo de Paulo: "Prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus".
Isso exige que a pessoa se esqueça "das coisas que para trás ficam" e avance "para as que diante de si estão”. Paulo faz analogia de uma corrida. O atleta que olha diretamente para a frente, para a linha de chegada e põe cada grama de esforço possível na competição. Paulo desprendia energia humana para tomar-se como Cristo; era necessário estabelecer alvos, motivação e ação. Aqui, Paulo apresenta o equilíbrio entre a capacitação divina e a responsabilidade humana. Deus jamais vai forçar alguém a ser conforme a imagem de Cristo; esta é uma responsabilidade humana.
Paulo deixa isso claro aos Romanos quando "roga" aos cristãos; ele não exige nem ordena que eles apresentem "os seus corpos por sacrifício vivo" (12:1).
O mesmo é verdade em sua carta aos Efésios: "Rogo-vos que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados" (4:1). E, mais tarde, nesta carta aos Efésios Paulo disse que deviam "esforçar-se diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz". Deviam "despojar-se do velho homem" e "revestir-se do novo homem". Mais
especificamente, deviam "despojar-se da falsidade e falar a verdade". Deviam livrar-se de "toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda a malícia" (Efésios 4:3, 22-32).
Percebam que tudo isto tem a ver com responsabilidade humana e ação pessoal, baseadas em novos alvos de vida.
IV -  A Exortação Geral de Paulo (Versos 15-19)
O exemplo pessoal do apóstolo tornou-se a base para uma exortação aos crentes de Filipos e a nós também. Vejamos:
1."Não fiquem satisfeitos com seu nível presente de experiência cristã"
Verso15aTodos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento...” Isto é, todos os crentes, até mesmo os maduros, jamais devem estar satisfeitos com seu nível presente de semelhança a Cristo.. Acima de tudo, jamais devem sentir que já alcançaram o estado de perfeição.
2."Estejam preparados para aprender diretamente do Senhor"
Verso 15b "E, se porventura pensais doutro modo, também isto Deus vos esclarecerá". Nesta afirmativa de Paulo, parece estar a estratégia sobrenatural que Deus usa para revelar aos crentes que ainda não são perfeitos. Paulo o afirmou com propriedade aos crentes coríntios: "Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia" (1 Coríntios 10:12).
3.“Não percam inadvertidamente o que ganharam, pensando já ter atingido o alvo”
Verso 16a - 'Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos."
4."Sigam bons exemplos de comportamento cristão"
Verso 17Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós”. Isto é, não pensem já estarem perfeitos. Esqueçam-se das coisas que para trás ficam e prossigam para o alvo para ganhar o prêmio da suprema santificação.
Paulo prossegue exortando-os a imitar o exemplo de outros que seguiam este padrão de vida, assim como Timóteo e Epafrodito. Paulo já havia apresentado estes dois homens como exemplos admiráveis de maturidade cristã (2:19-30), mas como vimos, ambos possuíam fraquezas humanas. Ambos possuíam problemas físicos e psicológicos que interferiam em sua eficiência ainda que fossem líderes cristãos maduros.
5."Estejam em guarda contra maus exemplos
Verso 18Pois muitos andam entre nós, dos quais repetidas vezes eu vos dizia, e agora vos digo até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo”. Com lágrimas a correr-lhe pelas faces, ele chamou os maus exemplos de "inimigos da cruz de Cristo". Sua linguagem era forte, mas seu coração estava despedaçado. Enquanto chorava, ele especificou que "o destino deles é a perdição".
Três coisas, disse Paulo, caracterizam a vida dos inimigos de Cristo.
Primeiro, "o deus deles é o ventre” - eram glutões e beberrões;
Segundo, "a glória deles está na sua infâmia" - glorificavam a imoralidade e o procedimento sensual; 
Terceiro, "só se preocupam com as coisas terrenas" - possuíam uma filosofia materialista de vida.
Este era o "padrão do mundo". Crentes maduros e que estão a crescer, não permitem que sua vida se conforme com este padrão; antes, são "transformados" e "renovados". Então, disse Paulo, vocês poderão experimentar "qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Romanos 12:2).
CONCLUSÃO - Hoje, como no primeiro século, muita gente anda confusa a respeito da maturidade espiritual, o que é e como alcançá-la. Alguns acreditam que podem chegar a um estado de perfeição enquanto na terra; a maioria, contudo, sabem que ainda não são perfeitos. Os próprios cristãos, se forem honestos consigo mesmos, também sabem.
A maioria dos cristãos hoje, porém, tem outro problema. Muitos tentam todos os tipos de fórmulas mágicas para alcançar a maturidade instantânea: morte do ego, viver pela fé, ser cheio do Espírito. Juntamente com estas vão as fórmulas da leitura da Bíblia e da oração.
O fundamental a tudo isto se encontra no processo que Paulo apresentou tão claramente nesta passagem. Tomar-se um cristão SEMELHANTE A CRISTO requer a determinação de alvos, motivação e ação. Não há uma solução mágica e automática para a maturidade cristã. O tomar-se como Cristo é um processo, um processo que dura a vida toda.

MdC

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