terça-feira, 27 de junho de 2017

O erro de uma teologia torcida que contém um só lado da verdade 3


CALVINISMO E ARMINIANISMO
Capítulo 3


Um discípulo da alta escola de teologia — ou calvinista — não quer ouvir acerca de um Evangelho para o mundo inteiro; do amor de Deus para o mundo; das boas novas para toda criatura debaixo do céu. Ele só concebe um Evangelho para os escolhidos. Por outra parte, um discípulo da baixa escola —ou arminiana — não quer ouvir acerca da eterna segurança dos que creem. Sua salvação — alegam — depende em parte de Cristo e em parte deles mesmos. Conforme este sistema, o cântico dos redimidos deveria sofrer uma modificação: Em lugar de simplesmente cantar: “Digno é o Cordeiro”, deveríamos agregar: “E nós também somos dignos”. Podemos ser salvos hoje, e perdidos amanhã. Tudo isto desonra a Deus, e priva o cristão de toda paz verdadeira.
Ao escrever assim não temos a intenção de ofender ao leitor. Nada está mais longe de nossos pensamentos. Não estamos falando de pessoas, mas de escolas de doutrina e sistemas de teologia, a respeito dos quais, suplicamos com a maior veemência a nossos amados leitores, que se apartem de uma vez para sempre. Nenhum sistema teológico contém a verdade de Deus por inteiro e completo. Todos, é verdade, contém certos fragmentos da verdade; mas a verdade fica sempre sufocada pelo erro; e mesmo que pudéssemos encontrar um sistema que contenha toda verdade, no entanto, se não compreendermos a verdade, seu efeito sobre a alma será pernicioso, porque conduz uma pessoa a vangloriar-se de ter toda a verdade de Deus, quando, na realidade, só se agarrou a um sistema humano que contém um só lado da verdade.
Além disto, é raro encontrar um só discípulo de qualquer escola de doutrina que possa enfrentar a Escritura em seu conjunto. Sempre citam um determinado número de textos preferidos, os quais repetem continuamente; mas não se apropriam de uma vasta porção das Escrituras. Tomemos como exemplo, passagens tais como as seguintes: “Mas Deus... agora manda a todos os Homens em todo lugar, que se arrependam” (Atos 17:30). “O qual quer que todos os Homens sejam salvos e venham ao conhecimento da verdade” (1.ª Timóteo 2:4). “O Senhor... é longânimo para conosco, não querendo que nenhum pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento” (2.ª Pedro 3:9). E, na última página do inspirado Volume, lemos: “E quem quiser, tome de graça da água da vida” (Apocalipses 21:17).

Ou tomamos estas passagens tal como estão ou introduzamos palavras que modifiquem seu sentido de maneira a adaptá-los ao nosso particular sistema teológico? O fato é que estas passagens realçam a grandeza do coração de Deus, as ações da natureza de sua graça e o vasto aspecto de seu amor. Não é conforme o amante coração de Deus que nenhuma de suas criaturas pereça. Não há tal coisa nas Escrituras como certos decretos de Deus que relegam a um determinado número de Homens a eterna condenação [2] . Alguns poderão ser judicialmente entregues à cegueira por sua deliberada recusa da luz (veja Romanos 9:17; Hebreus 6:4-6; 10:26-27; 2.ª Tessalonicenses 2:11-12; 1.ª Pedro 2:8). Todos os que perecerem culpará a si mesmos; enquanto os que alcançarem o céu, darão graças a Deus.
A continuar....

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