CALVINISMO
E ARMINIANISMO
Capítulo 3
Um discípulo da alta escola
de teologia — ou calvinista — não quer ouvir acerca de um Evangelho para o
mundo inteiro; do amor de Deus para o mundo; das boas novas para toda criatura
debaixo do céu. Ele só concebe um Evangelho para os escolhidos. Por outra parte,
um discípulo da baixa escola —ou arminiana — não quer ouvir acerca da eterna
segurança dos que creem. Sua salvação — alegam — depende em parte de Cristo e
em parte deles mesmos. Conforme este sistema, o cântico dos redimidos deveria
sofrer uma modificação: Em lugar de simplesmente cantar: “Digno é o Cordeiro”,
deveríamos agregar: “E nós também somos dignos”. Podemos ser salvos hoje, e
perdidos amanhã. Tudo isto desonra a Deus, e priva o cristão de toda paz
verdadeira.
Ao escrever assim não temos
a intenção de ofender ao leitor. Nada está mais longe de nossos pensamentos.
Não estamos falando de pessoas, mas de escolas de doutrina e sistemas de
teologia, a respeito dos quais, suplicamos com a maior veemência a nossos
amados leitores, que se apartem de uma vez para sempre. Nenhum sistema
teológico contém a verdade de Deus por inteiro e completo. Todos, é verdade,
contém certos fragmentos da verdade; mas a verdade fica sempre sufocada pelo
erro; e mesmo que pudéssemos encontrar um sistema que contenha toda verdade, no
entanto, se não compreendermos a verdade, seu efeito sobre a alma será
pernicioso, porque conduz uma pessoa a vangloriar-se de ter toda a verdade de
Deus, quando, na realidade, só se agarrou a um sistema humano que contém um só
lado da verdade.
Além disto, é raro
encontrar um só discípulo de qualquer escola de doutrina que possa enfrentar a
Escritura em seu conjunto. Sempre citam um determinado número de textos
preferidos, os quais repetem continuamente; mas não se apropriam de uma vasta
porção das Escrituras. Tomemos como exemplo, passagens tais como as seguintes:
“Mas Deus... agora manda a todos os Homens em todo lugar, que se arrependam”
(Atos 17:30). “O qual quer que todos os Homens sejam salvos e venham ao
conhecimento da verdade” (1.ª Timóteo 2:4). “O Senhor... é longânimo para
conosco, não querendo que nenhum pereça, mas que todos cheguem ao
arrependimento” (2.ª Pedro 3:9). E, na última página do inspirado Volume,
lemos: “E quem quiser, tome de graça da água da vida” (Apocalipses 21:17).
Ou tomamos estas passagens
tal como estão ou introduzamos palavras que modifiquem seu sentido de maneira a
adaptá-los ao nosso particular sistema teológico? O fato é que estas passagens
realçam a grandeza do coração de Deus, as ações da natureza de sua graça e o
vasto aspecto de seu amor. Não é conforme o amante coração de Deus que nenhuma
de suas criaturas pereça. Não há tal coisa nas Escrituras como certos decretos
de Deus que relegam a um determinado número de Homens a eterna condenação [2] .
Alguns poderão ser judicialmente entregues à cegueira por sua deliberada recusa
da luz (veja Romanos 9:17; Hebreus 6:4-6; 10:26-27; 2.ª Tessalonicenses
2:11-12; 1.ª Pedro 2:8). Todos os que perecerem culpará a si mesmos; enquanto
os que alcançarem o céu, darão graças a Deus.
A continuar....
A continuar....
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