domingo, 9 de março de 2014

TRANCANDO AS PORTAS



João 20:1-19
Lendo esta passagem das Sagradas Escrituras, vemos o dia de domingo que Jesus havia ressuscitado. Inicialmente, pela manhã, Maria Madalena foi ao sepulcro e vê a pedra que o fechava retirada. Corre então a pedir ajuda a Simão Pedro e João, que indo até a tumba, encontram-na vazia. Não compreendem o que estava acontecendo e voltam para casa. Maria permanece ali, chorando e acaba encontrando-se com  o Mestre, que pede que anuncie aos discípulos que havia ressuscitado. Obedecendo a Jesus, Maria vai aos discípulos e anuncia que vira ao Senhor.
Então, o que acontece? Apesar de andarem ao lado de Jesus por 3 anos e todos esses fatos lhes terem sido anunciados, os discípulos enchem-se de medo dos judeus e trancam as portas e janelas da casa onde estavam. Ali ficam submersos na escuridão do medo do mundo.
Trazendo tal situação para os nossos dias, vejo como as pessoas trancam as suas portas, não querendo receber e exercer a mensagem do Evangelho.
Podemos vislumbrar tal fato em três contextos principais:
>  o primeiro, ocorrendo quando envolve a pessoa que não conhece a Cristo e, portanto por medo, ignorância ou até mesmo desprezo, rejeitam aqueles que são usados pelo Senhor para a evangelização.
> o segundo, ocorrendo dentro da comunidade da igreja, no meio do povo de Deus. Sim! No meio do povo de Deus! Que por medo, por jactância, querendo preservar sua auto-imagem, não querendo se expor e até mesmo não querendo ajudar o irmão na fé; trancam-se, como fizeram os discípulos, transformando seus lares em clautros, esconderijos, onde retiram suas pesadas máscaras e mergulham na solidão da soberba e altivez.
> O terceiro é quando nós na condição de visitador trancamos a porta do nosso coração para os que necessitam de nossa visita, de nosso abraço, de nosso choro, de nosso sorriso, do nosso ombro e numa altivez de espírito, escolhemos aqueles a quem visitar. Excluímos de nossa lista de visitados aqueles os quais não temos afinidade, aqueles que já estão com a idade avançada (acamados), outros que julgamos ser trabalhosos e, portanto (em nosso julgamento) não vale a pena investir nosso tempo, nossa vida nessas pessoas.
Esse comportamento é grave pedra de tropeço, pois impede que exerçamos a comunhão, o amor ao próximo, que compartilhemos nossos fardos e bênçãos, que conheçamos e usemos os nossos dons, que estudemos a Palavra de Deus. Enfim, que glorifiquemos a Deus em nossa cotidiana e comunitária vida.
Ao trancarmos as portas de nossas casas aos irmãos em Cristo, enquanto em eventos públicos dizemos que os amamos, nos fazemos mentirosos e nos afastamos de Deus.
Como cristãos autênticos e verdadeiros adoradores, devemos andar como Jesus andou, sem fazer qualquer tipo de acepção, buscando amar a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo como a nós mesmos.
Em muitas ocasiões, ou até mesmo na maioria das vezes, só podemos entender nossos sofrimentos, tribulações e angústias, se estivermos em comunidade, abrindo as portas de nossos lares bem como os nossos corações, em um diálogo construtivo e santificador.
Agindo dessa forma, compreenderemos nossas semelhanças e diferenças, e como consequência entenderemos, em um culto racional a vontade de Deus para nossas vidas.
Este é o caminho do verdadeiro amor, que afasta todo o medo, permitindo a ação do Espírito Santo, a nossa santificação e o alcance de nossa herança eterna  em Cristo Jesus.
Enfim, não tenhamos medo ou vergonha do mundo e uns dos outros. Sejamos , verdadeiramente,  templos do Espírito Santo, tendo em nossas ações o Seu fruto, batendo a porta do nosso irmão e abrindo a porta de nossos lares, e assim vivamos em verdadeira comunhão.

A Deus somente toda a glória!
M do C

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